TICs na EDUCAÇÃO

Tecnologia da Informação e Comunicação na Educação

Ementa 
Conceito de tecnologia e sua relação com a educação com o mundo contemporâneo; Influência das novas tecnologias e mídias nos sistemas educacionais; A inclusão digital no Brasil;  Abordagem didático-pedagógica para o uso do computador e da internet em situações didáticas; A educação a distância e o desenvolvimento dos meios tecnológicos nos ambientes virtuais de aprendizagem; Conhecimento e avaliação de software e portais educacionais. A informática como recurso educacional.

Objetivos Gerais
Compreender a importância dos meios de comunicação na vida contemporânea destacando as possibilidades tecnológicas e informacionais do processo de ensino e aprendizagem;

Objetivos  Específicos:
Refletir que no mundo atual a imagem se tornou parte integrante do processo de comunicação humana não dispensando a leitura de textos que articulam o conhecimento aos processos informacionais; Conhecer como os processos interativos das novas mídias auxiliam o processo de ensino e aprendizagem entre professor e aluno, realizando a ambivalência real e virtual,  no ensino e na pesquisa, seja no presente e no futuro.

Conteúdo Programático:
  • Educação e Comunicação;
  • A Iconosfera e as diferentes formas de linguagem comunicativa;
  • A fotografia, o cinema, o rádio, a televisão, o jornal, o livro, o computador como mediadores entre o sujeito cognoscível e a realidade cognoscível;
  • A Educação a Distância e a importância dos meios eletrônicos no processo de interatividade entre o conhecimento elaborado e o aluno que aprende;
  • A Informática como meio auxiliar da relação de ensino e aprendizagem.
Metodologia
As aulas da disciplina usarão os seguintes expedientes metodológicos:
Exposição dialogada dos conteúdos programáticos;
Análise e síntese de vídeos que evidenciem a relação entre Educação e Comunicação;
Estudo de projetos que utilizam o computador como “ferramenta” no aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem;
Iniciar o futuro professor no uso consciente das modernas tecnologias da comunicação.

Critérios de avaliação da aprendizagem
A avaliação do aluno se dará através da composição de notas obtidas pela participação dos alunos nas aulas, realização de atividades individuais e/ou em grupos, participação e seminários.
Avaliação Continuada I e II (serão realizadas por meio da avaliação das atividades produzidas pelos alunos; das leituras realizadas e pela participação discente nas atividades propostas);
TIO (Trabalho Integrado Orientado). Leitura de um livro proposta pelo professor aos alunos, com orientação para posterior avaliação escrita;
Prova Regimental (ocorrerá ao final do curso e buscará avaliar se os alunos adquiriram as competências e habilidades planejadas para o curso).
 O cálculo da média final será obtido da seguinte forma:
            [(AC1+AC2) x 0,2] + [TIO x 0,3] + [AR x 0,5]

Bibliografia Básica
CITELLI, Adilson (Coord.). Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos, informática. 4a edição, São Paulo:Cortez, 2004.
MARTÍN-BARBERO, Jesús; REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia audiovisual e ficção televisiva, 2. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2004.

Bibliografia Complementar
BOURDIEU, Pierre.O poder simbólico. Lisboa: Difel, 1990.
CANCLINI, Nestor García. Cidades e cidadãos imaginados pelos meios de comunicação. Opinião Pública,Campinas, v. 8, n. 1, p. 40-53, 2002.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

Webgrafia
http://ticnaeducacao.com.br/
Priberam.pt DICIONÁRIO on line

ATENÇÃO: Blogs das equipes de pedagogia em 2017
artedeeducar2017.blogspot.com.br



19/07/2017

O filósofo e linguista norte-americano Noam Chomsky diz que Lula foi vítima de golpe dos EUA

Um dos maiores intelectuais da atualidade, o filósofo e linguista norte-americano Noam Chomsky afirmou em palestra concedida nesta segunda-feira 17 no Uruguai que as políticas do ex-presidente Lula “foram semelhantes às dos anos 60, que levaram a um golpe militar fortemente apoiado pelos Estados Unidos”; “Mas agora [com Lula no governo] os EUA não tinham condições de dar um golpe militar”, completou, depois de destacar que a “América Latina foi a primeira vítima do neoliberalismo e do Consenso de Washington”
247 – Durante uma conferência na Fundação Liber Seregni, no Uruguai, nesta segunda-feira 17, o filósofo norte-americano Noam Chomsky, um dos maiores intelectuais da atualidade, sugeriu que o ex-presidente Lula tenha sido vítima de um novo tipo de golpe, com apoio dos Estados Unidos.
Ressaltando a “liderança de Lula” na América Latina, Chomsky destacou que as políticas do ex-presidente petista “foram semelhantes às dos anos 60, que levaram a um golpe militar fortemente apoiado pelos Estados Unidos”.
“Mas agora [com Lula no governo] os EUA não tinham condições de dar um golpe militar”, completou. Pouco antes, ele havia dito que a “América Latina foi a primeira vítima do neoliberalismo e do Consenso de Washington”.
“E a América Latina foi a primeira região a dispensar e a emergir do Consenso de Washington e do neoliberalismo”, disse, segundo a cobertura feita pelo jornalista Rogério Tomaz Jr., pelo Twitter, da palestra do linguista.
Chomsky disse ainda que “a estrutura de classes da América Latina possui enorme concentração de renda e desigualdade”.
O intelectual norte-americano comentou a crise dos refugiados: “é uma crise cultural e moral da nossa sociedade”. E criticou a omissão da mídia ao não cobrar de Donald Trump posição a respeito da mudança de clima global. Ele mencionou também a possibilidade de, numa eventual corrida nuclear, um ataque preventivo da Rússia iniciar uma guerra que aniquile a humanidade.
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O Jornal de todos Brasis - jornalggn.com.br
Criamos uma sociedade de ricos delinquentes,
diz Barroso na GloboNews
QUA, 06/07/2016 - 07:26

Jornal GGN - Para Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, o sistema penal brasileiro está longe de ser ideal e não funciona da mesma maneira para todos. "Nós criamos uma sociedade cheia de ricos delinquentes, que sonegam, fraudam licitação, subornam, fazem lavagem de dinheiro", disse o magistrado em entrevista para Roberto D'Ávila, da GloboNews, também falando na necessidade de criar uma sistema penal que "valesse para todo mundo".
Barroso elogiou a atuação da Operação Lava Jato, afirmando que os "rapazes de Curitiba" ofereceram um bom exemplo. "Quem ia doar para o caixa 2 vai pensar duas vezes", salientou, dizendo que considera que "mudamos o paradigma ético no Brasil, e agora precisamos mudar a ética privada".
O magistrado se mostrou contrário ao foro privilegiado, dizendo que ele deveria ser restrito para chefes de poder e para os ministros do Supremo, mas "não em causa própria", e sim por hierarquia e proteção institucional. Para ele, deveria ser criada uma vara especializada em Brasília, com um juiz indicado pelo STF. "Foro por prerrogativa (privilegiado) é antirepublicano, faz mal para o Supremo e gera impunidade", diz o ministro.

Do Globonews
"Sistema punitivo brasileiro não funciona para os ricos", diz Barroso
Em entrevista exclusiva a Roberto D’Avila, ministro do STF comenta o papel da Lava-Jato no imaginário brasileiro e diz que o país precisa de um sistema penal que valha para todos.
Em entrevista a Roberto D’Avila, com exclusividade para a GloboNews, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso deixa claro que o sistema penal brasileiro está longe de ser satisfatório. "O sistema punitivo brasileiro não funciona como prevenção geral para os ricos. Consequentemente, nós criamos uma sociedade cheia de ricos delinquentes, que sonegam, fraudam licitação, subornam, fazem lavagem de dinheiro. Portanto, nós precisávamos criar um sistema penal que valesse para todo mundo", afirma ele.
Em relação à Operação Lava-Jato, Barroso considera a ação da Polícia Federal e do Ministério Público importante para a prevenção de futuros crimes. "Quem ia doar para o caixa 2 vai pensar duas vezes. A melhor coisa que os rapazes de Curitiba fizeram foi oferecer um bom exemplo. Uniram-se membros do Ministério Público, Polícia Federal e a magistratura em um pacto de seriedade, de qualidade técnica, de trabalho de patriotismo, para ajudar a enfrentar um problema brasileiro, que é a corrupção. Acho que mudamos o paradigma ético no Brasil, mudamos a ética pública e agora precisamos mudar a ética privada", ressalta o ministro.
Barroso se mostrou ainda contra o foro privilegiado: "Sou contra. Precisa acabar. Precisa ser drasticamente restringido para os chefes de poder, talvez para os ministros do Supremo - não em causa própria - mas por uma questão mínima de hierarquia e proteção institucional. Porém, sou contra o foro por prerrogativa. Sou a favor de se criar uma vara federal especializada em Brasília com um juiz escolhido pelo Supremo com um mandato de quatro anos, ao final dos quais ele é promovido para seu tribunal. O foro por prerrogativa (privilegiado) é antirepublicano, faz mal para o Supremo e gera impunidade", defende Barroso.
Embora faça críticas ao presente, Luís Roberto Barroso tem uma visão otimista ao falar do futuro. "Talvez a gente não esteja em um momento de celebração. Mas acho que nós estamos fazendo uma revolução profunda e silenciosa no Brasil. E as mudanças que estão sendo feitas não vão se refletir no PIB do ano que vem, mas vão se refletir a longo prazo na vida dos nossos filhos", acredita ele.

Entre seus colegas, Barroso é avaliado como o maior advogado constitucionalista do Brasil. Aos 55 anos, ele foi escolhido pela presidente afastada Dilma Rousseff para ocupar a vaga de Ayres Britto no Supremo. Nascido em Vassouras, casado e pai de dois filhos, Barroso dividiu a carreira entre os escritórios do Rio de Janeiro e Brasília e a banca de Direito Público da UERJ.




Os Exercícios Do Ver de Alex Sandro C. Sant'Ana
Os Exercícios Do Ver
Hegemonia Audiovisual e Ficção Televisiva
por Alex Sandro C. Sant’Ana – Dezembro/2006
Aprendemos... 
10%  do que lemos 
20%  do que ouvimos
30%  do que vemos 
50%  do que vemos e ouvimos 
70%  do que discutimos com outras pessoas 
80%  do que experimentamos 
95%  do que ensinamos a outras pessoas
William Glasser in Seven Ways of Knowing 

Jesús Martín-Barbero  é  espanhol,   residente desde 1963 na Colômbia,  e  um  dos  maiores  teóricos contemporâneos da comunicação e da cultura na América Latina.
Martín-Barbero  Uniu-se,  neste  livro,  ao  psicólogo  e professor  colombiano  Germán Rey Germ para análise de um fenômeno social e cultural de crescente  importância também  no  Brasil: o poder da televisão sobre o imaginário  das pessoas.
A  obra  de  Martín­-Barbero  é  conhecida  por  realizar deslocamentos  e  rupturas .  Deslocamentos dos lugares tradicionais  de  onde  são  feitas  as  perguntas.  Rupturas com as respostas reducionistas e  maniqueístas  “à  direita e à  esquerda”.  O resultado pode ser sintetizado  num trabalho  de  construção  teórico-metodológica  conhecido como  mapa  noturno,  uma  cartografia  para  explorar  as  noturno  mediações  que  é  um  marco  a  partir  do  qual  se  podem  estudar  as  novas  complexidades  nas  relações  entre comunicação, cultura e política.
Proposta  do  autor:  Seguir  e  explorar  as mediações  que  se  dão  entre  as lógicas  de  produção  e as  lógicas  de recepção, entre as matrizes culturais e os formatos industriais.
Seus  estudos  dos  últimos  anos  é  um  notável esforço  no  sentido  de  oferecer  pistas  para  elucidar  “entrever”  (como  diz  ele)  cada  vez mais as relações entre meios e mediações.
Nele  reaparece  a  centralidade  ocupada  pela  mediação  da  cultura  popular verdadeira, marca registrada do autor. E a  novidade  fica  por  conta  da  análise  do  meio  televisão  como  mediação  “tecnológica”  e  cultural,  pela  qual  a  televisão  é tratada  através  das  hibridações  entre  tecnicidade e visualidade.
Nos  marcos  dessas  duas  categorias  a  televisão torna-­se  experiência  comunicativa  e  cultural  nos processos  de  “desconstrução”  e  “reconstrução” das  identidades  coletivas,  lugar  onde  se  trava  a  estratégica  batalha  cultural  do  nosso  tempo.  Desse  referencial  teórico desenvolvido, uma pesquisa empírica, na forma de um notável estudo  de caso, da ficção televisiva na Colômbia.
Fazer  avançar  metodologicamente  a  pesquisa  das  mediações  (até  agora  referida  como sinônimo  de  pesquisa  de  recepção)  é  fazer  do  cotidiano  mediatizado  o  seu  lócus  preferencial  de estudo,  porém  mais ampliado, tal  como  aqui  por sugerimos,  por  meio  da  incorporação  das  noções de  tecnicidade  e  de  visualidade  como  novos  “lugares metodológicos”.
Por  meio  da  noção  de tecnicidade  é  possível  entender  a técnica como constitutiva, como dimensão imanente de uma visão antropológica de comunicação.
Na  técnica  há  novos  modos  de  perceber,  ver, ouvir, ler,  aprender  novas  linguagens,  novas  formas  de  expressão,  de  textualidade  e  escritura.  Haveria  uma  espécie  de  intermedialidade  como  experiência  comunicativa,  ou  seja,  de  muitas  interfaces  entre  os  diferentes  meios  e  destes  nos  diferentes  espaços  comunicativos  do  consumo  e criação.
A técnica, portanto, está recolocando o lugar  da  imagem  tanto  na  ciência  (imagem  não  mais como obstáculo, mas parte de um novo modo  de  conhecer  e  de  construir  o  conhecimento) como na prática cotidiana.
Encaminha  para  que  se  pesquise  a  partir  do  reconhecimento  da  presença  central  da  cultura  oral como  oralidade  secundária,  formada  por  aquelas complexas  relações  que  hoje  se  produzem  na  América  Latina  entre  a  oralidade  que  perdura  como  experiência  cultural  primária  das  maiorias  e  a visualidade  tecnológica,  tecidas  e  organizadas  pelas gramáticas  tecnoperceptivas  do  rádio, cinema, vídeo, música, computador.

Introdução
Desde o princípio, a imagem foi ao mesmo  tempo  meio  de  expressão,  de  comunicação  e  também  de adivinhação  e  iniciação,  de encantamento e cura.
O livro  trata  dos  avatares culturais,  políticos  e narrativos  do  audiovisual,  especialmente da televisão.

Primeiro Movimento
A hegemonia  audiovisual  está  des­localizando  o  ofício  (e  a  autoridade),  dos  intelectuais  e  introduzindo,  no  mundo  da  cultura  ocidental,  um  acre  sabor  de  decadência  incoercível, produzida pela desordem  de  que  sofrem  as  autoridades e as hierarquias.
Na  América  Latina,  a  hegemonia audiovisual  descobre, põe a descoberto, as contradições  de  uma modernidade  outra,  à  qual  têm  acesso  e  da  qual  se  apropriam as maiorias, sem  deixar  a  cultura  oral,  mesclando-­as com as imagísticas  da  visualidade eletrônica.

Segundo Movimento
Mais que uma enfermidade  da  política,  a  mídia  de massa  televisiva  indica  a  direção  da  crise  da representação  e  as  transformações  que  está atravessando  a  identidade  da mídia.
E isso  por  causa  das  rupturas  vividas  pelo  espaço  audiovisual em  seus  ofícios  e  alianças,  em  suas estruturas de propriedade e  gestão, e nas reconfigurações do discurso televisivo.
Porém, pelo adensamento das mediações da  sensibilidade e da teatralidade da política, ao mesmo  tempo  espaço  de  simulação  e  de reconhecimento  social,  do  fazer  socialmente  visível  tanto  a  corrupção  como  sua  fiscalização  e  denúncia,  tanto  os  dolorosos avatares da guerra.

Terceiro Movimento 
O  das  narrações  televisivas que  encarnam  a  inextricável conexão  das  memórias  e  dos  imaginários,  a  geografia sentimental  que, a  partir  do  bolero  e  do  tango,  se  reencantou  na  radionovela, no melodrama  cinematográfico  e,  finalmente na telenovela.
Com tudo que aí  circula de experiência do  mercado  em  renovar  o  desgaste  narrativo  –  juntando  o  contar  contos  com  o  saber  fazer  contas  ­,  porém também com as lutas dos povos do sul  para  passar  a  contar  nas  decisões,  que  os  afetam,  isto  é,  pelo  direito  de contar  suas  histórias  e  descobrir/recriar  nelas  –  nos  relatos  que  as  fazem  local  e  mundialmente  reconhecíveis – sua identidade plural.
O  estouro  das  fronteiras  espaciais  e temporais  que  eles  introduzem  no  campo  cultural,  deslocaliza  os  saberes,  deslegitimando as fronteiras entre razão e  imaginação, saber e informação, natureza e artifício,  ciência  e  arte,  saber  especializado e experiência profana.


Reflexão
Que relações os professores e  alunos estão estabelecendo com  as tecnologias?
Se já não se escreve, nem se lê como antes, é  porque  tampouco  se  pode  ver, nem expressar como antes.
Experiência Audiovisual e Desordem Cultural 

curta-metragem  “Compre-me: Eu, Vontade de Morrer”

As dez técnicas mais usadas pela grande mídia para manipular a realidade

Luiz Flávio Gomes, Congresso em Foco / pragmatismopolitico.com.br

Realidade mitificada: Conheça (e faça bom uso) as dez técnicas mais usadas pelos grandes meios de comunicação para manipular a sociedade
Manipulação mídia de Noam Chomsky.
Os que não são idiótes (no sentido grego: os que se voltam para a vida privada menosprezando completamente a vida pública) jamais podem ignorar como a grande mídia mistifica a realidade e manipula a opinião pública.
Todos os grandes meios de comunicação têm, naturalmente, suas preferências – partidárias, eleitorais, ideológicas e, sobretudo, pecuniárias. Já sabemos que nas democracias venais contemporâneas o dinheiro deslavadamente gera poder e que o poder desavergonhadamente gera dinheiro. A mídia, na medida em que filtra e manipula conteúdos, apresenta-se como uma das pontes privilegiadas de ligação dessa política institucionalmente argentária.
O linguista e sociólogo Noam Chomsky, professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (em Boston) e tido pelo New York Times como “o maior intelectual vivo”, catalogou as dez técnicas de mistificação e manipulação promovidas pela grande mídia[1]. Trata-se de um decálogo extremamente útil, especialmente para aqueles que bravamente desafiam a inexpugnável ignorância diária. Vejamos:
Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática

Classificado em Internacional - Imperialismo

O linguista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”. A estratégia da distração é fundamental, para o grande lobby dos poderes, manter a atenção do público concentrada em temas de pouca relevância (programas banais de TV, por exemplo), fazendo com que o cidadão comum se interesse apenas por fatos insignificantes. A exagerada concentração em fatos da crônica policial, dramatizada e manipulada, faz parte desse jogo.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. O princípio do “problema-solução do problema”, a partir de dados incompletos, incorretos ou manipulados, inventa-se um grande problema para causar certa reação no público, com o propósito de que seja este o mandante – ou solicitante – das medidas que se quer adotar (é preciso dar voz ao povo). Um exemplo: deixa-se a população totalmente ansiosa com a notícia da existência de uma epidemia mortal (febre aviária, por exemplo), criando um injustificado alarmismo com o objetivo de vender remédios que de outra forma seriam inutilizados.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez. A estratégia da gradualidade, para fazer o povo aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la e noticiá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos – ou meses, ou dias – seguidos. É dessa maneira que se introduzem novas e duras condições socioeconômicas, em prejuízo da população. Tudo é feito e contado gradualmente, porque muitas mudanças juntas podem provocar uma revolução.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento. A estratégia do diferimento (adiamento) é um outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular consiste em apresentá-la como “dolorosa e necessária”, alcançando-se momentaneamente sua aceitação, para uma aplicação futura (“piano piano si va lontano”, o equivale mais ou menos ao nosso “devagar se vai ao longe”).

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”. Comunicar-se com o público como se falasse a uma criança, quanto mais se pretende enganar o público, mais se tende a usar um tom infantil. Diversos programas ou conteúdos possuem essa conotação infantilizada. Por quê? Se nos comunicarmos com as pessoas como se elas tivessem 11 anos de idade, elas tendem a responder provavelmente sem nenhum senso crítico, como se tivessem mesmo 11 anos de idade (as crianças não conseguem fazer juízos abstratos).

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos… Explorar a emotividade muito mais que estimular a reflexão, pois a emoção, com efeito, coloca de escanteio a parte racional do indivíduo, tornando-o facilmente influenciável, sugestionável. Essa é a grande técnica empregada pelo populismo demagogo punitivo.

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”. Manter o público na ignorância e na mediocridade, pois poucos conhecem, ainda que superficialmente, os resultados já validados das ciências (criminais, médicas, tecnológicas etc.). A manipulação fica facilitada quando o povo é mantido na ignorância; isso significa dizer não à escola de qualidade para todos.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
Impor modelos de comportamento. Controlar indivíduos enquadrados e medíocres é muito mais fácil que gerir indivíduos pensantes. Os modelos impostos pela publicidade são funcionais para esse projeto.

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
A autoculpabilização ocorre pois todo discurso (midiática e religiosamente) é feito para fazer o indivíduo acreditar que ele mesmo é a única causa do seu próprio insucesso e da própria desgraça. Que o problema é individual e não tem nada a ver com o social. Dessa forma, ao contrário de se suscitar uma rebelião contra o sistema socioeconômico que marginaliza a maioria, o indivíduo se subestima, se desvaloriza, se torna depressivo e até se autoflagela (assim é a vida no “vale das lágrimas”). A culpa pelo desemprego, pelo não encontro de novo emprego, pelo baixo salário (neoescravizador), pelas condições deploráveis de trabalho, pelo insucesso escolar, pela precarização das relações trabalhistas, pela diminuição do salário-desemprego, pela redução das aposentadorias, pela mediocridade cultural, pela ausência de competitividade no mercado etc. é dele, exclusivamente dele, não do sistema.

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
Os meios de comunicação sabem mais de você que você mesmo. Eles conhecem nossas preferências, fazem sondagens e pesquisas, diagramam nossas inclinações políticas e ideológicas e, mais que isso, sabem como ninguém explorar nossas emoções (sobretudo as mais primitivas). Não se estimula quase nunca a reflexão. O sistema manipula e exerce um grande poder sobre o público, muito maior que aquele que o cidadão exerce sobre ele mesmo.
[1] CHOMSKY, Noam. “Ecco 10 modi per capire tutte le bugie che ci raccontano”,
em Latinoamerica e tutti i sud del mondo, números 128/130. 
Roma: GME Produzioni, 2014/2015, páginas 146-147.
http://www.institutojoaogoulart.org.br

Como funciona a universidade sem professores inaugurada nos EUA
14/11/2016 09h27 - BBC em http://glo.bo/2fRtHkG

Alunos de computação não têm livros e nada precisa ser pago; ideia é de milionário francês que aposta em aprendizado colaborativo.
Universidade 42, estudantes trabalham juntos e avaliam o trabalho dos colegas.
(Foto: Rick Friedmann/BBC)


Uma universidade revolucionária, sem professores, onde não há livros e nada é pago,acaba de ser aberta no Vale do Silício, na Califórnia. A ideia é receber por ano 1 mil estudantes interessados em programação de computadores e desenvolvimento de software. Durante o curso, os alunos trabalham sempre em grupo e avaliam os trabalhos uns dos outros.

O nome da nova universidade, 42, é uma referência à resposta sobre qual seria o sentido da vida segundo o clássico de ficção científica "O Guia do Mochileiro das Galáxias" (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, no original em inglês) de Douglas Adams - criado nos anos 1970 como série de rádio da BBC e transformado em livro, peça de teatro, minissérie de TV, filme longa-metragem, revista em quadrinhos, livro ilustrado e jogo de computador.

"O Guia do Mochileiro das Galáxias" é o nome de um dicionário fictício, que tem definições e opiniões sobre todo o universo. O primeiro campus da 42 foi criado em Paris, em 2013, por Xavier Niel, um empresário e milionário do setor de tecnologia.

Muitos do que se formaram lá trabalham hoje em grandes empresas como IBM, Amazon e Tesla. Alguns criaram suas próprias companhias.

Facebook e Airbnb como modelos
Xavier Niel e seus sócios
- vindos de start-ups do setor de tecnologia - querem revolucionar a educação como o Facebook fez com a comunicação na internet e o Airbnb com a hotelaria convencional.




Brittany Bir, chefe de operações da 42 na Califórnia, diz que jovens acostumados a ensinar aos colegas têm mais iniciativa no ambiente de trabalho (Foto: Rick Friedmann/BBC)

Para atingir essa meta, a universidade combina uma forma radical de ensino colaborativo e aprendizagem por projetos. Os dois métodos são bastante populares entre educadores, mas normalmente envolvem a supervisão de professores.

Assim, os alunos da 42 podem escolher projetos - como criar um website ou um jogo de computador - que seriam executados se eles estivessem trabalhando em uma empresa como desenvolvedores de software.

Para colocar seu projeto de pé, eles usam as fontes gratuitas disponíveis na internet e recebem ajuda dos colegas. Todos trabalham lado a lado, em uma ampla sala, com várias fileiras de computadores. Depois, a avaliação será feita por um outro colega, escolhido aleatoriamente.

Como nos jogos de computador, os estudantes vão avançando no curso em níveis ou fases e competem com um mesmo projeto. Eles se formam ao atingir o nível 21 e isso geralmente leva de três a cinco anos. Ao concluir o curso, recebem um certificado, nada de diploma tradicional.



Fim do aprendizado passivo

Os criadores da 42 afirmam que esse método de aprendizagem é melhor que o sistema tradicional que, segundo eles, incentiva os estudantes a serem receptores passivos de conhecimento.

"O retorno que temos recebido dos empregadores é que os jovens que formamos são mais preparados para buscar informações por si mesmos, por exemplo, sem precisar perguntar ao supervisor o que devem fazer," diz Brittany Bir, chefe de operações da 42 na Califórnia e ex-aluna no campus de Paris.



Aprendendo com quem aprende

"O aprendizado colaborativo faz os estudantes desenvolverem a confiança necessária para buscar soluções de forma autônoma, com métodos criativos e engenhosos"", explica.

Ela afirma ainda que quem passou pela 42 é mais capaz de trabalhar em grupo, discutir e defender ideias - qualidades procuradas no mundo real do mercado de trabalho em tecnologia.

"Isso é especialmente importante na área de programação, onde há uma falta de determinadas habilidades humanas," acrescenta. O aprendizado colaborativo não é novidade e já é adotado em várias escolas e universidades, especialmente em áreas como engenharia.

Aliás, historiadores concluíram que, na Grécia antiga, o filósofo Aristóteles tinha na sua escola alunos que eram monitores e ajudavam os colegas. Pesquisas recentes mostram que o aprendizado colaborativo pode fazer o aluno desenvolver um conhecimento mais profundo sobre determinado assunto.

Especialista em educação, o professor Phil Race explica que assuntos difíceis são mais fáceis de entender quando explicados por alguém que os aprendeu sozinho, sem nenhuma ajuda.

Dan Butin, reitor da escola de educação e política social do Merrimack College de Massachusetts, nos EUA, defende que o aprendizado colaborativo e por projetos seja popularizado em colégios e universidades.
O professor Butin diz que esses métodos são "ferramentas de ensino" muito melhores do que palestras, por exemplo, que normalmente não propõem desafios ao raciocínio dos ouvintes.

'O momento do arrá!'
No entanto, Butin considera que a universidade 42 foi longe demais ao abolir os professores. Pesquisas feitas por ele indicam que a maneira mais eficaz de ensino colaborativo inclui a supervisão de um professor especializado.
"A razão decisiva para a existência de um professor é orientar os estudantes no enfrentamento de assuntos complexos, ambíguos e que geralmente escapam à sua capacidade de entendimento", acredita.
pesquisador americano Dan Butin diz que os alunos precisam
de professores que os desafiem. (Foto: Rick Friedmann/BBC)
"Bons professores são capazes de levar os estudantes ao que chamo de 'momento do arrá!'"
O pesquisador diz que "a função da universidade" é desafiar conhecimentos e opiniões preconcebidas. Uma universidade sem professores, continua Butin, pode permitir que os estudantes simplesmente "reforcem e regurgitem" ideias que já têm sobre o mundo.
O modelo da 42 poderia ser uma alternativa aos Massive Open Online Courses, os Moocs (cursos online abertos e massivos, em tradução livre), que permitem que um grande número de pessoas estude online gratuitamente ou pagando pouco.
Como os Moocs, a 42 oferece uma educação mais acessível que a universidade tradicional. Mas também oferece os chamados benefícios sociais como acesso a um prédio e interação diária com outras pessoas.
A abertura da 42 coincide com a popularização nos EUA de cursinhos rápidos e intensivos que atraem milhares por causa da grande procura por programadores e desenvolvedores de software.

Método exige aluno disciplinado
Mas será que o modelo sem professores da 42 daria certo em grandes universidades?
Britanny Bir admite que os novos métodos não servem para todos os alunos. Durante o mês de seleção, por exemplo, alguns candidatos ficam irritados pelo estresse de trabalhar tão próximos. E não é difícil imaginar uma reação assim se você recebeu nota baixa de alguém que está no computador ao seu lado.
"O método é indicado para pessoas muito disciplinadas e confiantes, que não se intimidam com a liberdade de trabalhar no seu próprio ritmo", diz Britanny. Nicolas Sadirac, diretor da 42 de Paris, destaca que esse modelo funciona particularmente bem para estudantes que sofreram fracassos ou foram deixados de lado pelo sistema tradicional de educação.
"Na França, o sistema de educação decepciona muitos jovens apaixonados, que se sentem frustrados com o que são obrigados a fazer e com a maneira como isso é exigido", acrescenta.
O processo de seleção da universidade 42 ignora qualificações acadêmicas anteriores. No campus de Paris, 40% dos estudantes não completaram o equivalente ao segundo grau. "A 42 lembrou a eles que aprender pode ser divertido se você seguir o seu interesse, em vez de ser ensinado por professores a focar em uma coisa só," conclui Sadirac.
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TIC na educação do Brasil

Programa Criança Esperança - Brasil

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) exercem um papel cada vez mais importante na forma de nos comunicarmos, aprendermos e vivermos.

O desafio é equipar essas tecnologias efetivamente de forma a atender aos interesses dos aprendizes e da grande comunidade de ensino e aprendizagem.

A UNESCO acredita que as TIC podem contribuir com o acesso universal da educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a governança e a administração educacional ao fornecer a mistura certa e organizada de políticas, tecnologias e capacidades.

A UNESCO aborda as TIC para a educação de forma abrangente por meio de uma plataforma intersetorial própria, focada no trabalho conjunto dos setores de Comunicação e informação, Educação, e Ciências, onde as questões sobre acesso, inclusão, equidade e qualidade na educação são tratadas.

A UNESCO – seus escritórios nacionais, regionais e institutos – em colaboração com seus parceiros, desenvolve recursos que podem ajudar os países a elaborarem TIC nas políticas, estratégias e atividades educacionais de forma efetiva, incluindo a garantia de que essas estratégias enfrentem desafios causados pela exclusão digital das populações mais desfavorecidas.



Seu programa inclui: 

Capacitação e aconselhamento de políticas públicas para o uso de tecnologias na educação, particularmente nos domínios emergentes como a aprendizagem móvel. 

Garantia de que professores tenham as habilidades necessárias para usar as TIC em todos os aspectos da prática de sua profissão por meio de ferramentas como o Marco Político de Padrões de Competência em TIC para Professores. 

Apoio do uso e desenvolvimento de recursos e softwares educacionais plurilíngues, que sejam disponíveis para uso e reuso como resultado de licenças abertas (recursos educacionais abertos – REA; software livre e aberto [free and open source software – FOSS]). 

Promoção de ITC para educação inclusiva, que inclua pessoas com deficiências e proporcione a igualdade de gênero. 

Coleta de dados estatísticos e desenvolvimento de indicadores sobre o uso de TIC na educação. 

Provisão de apoio à políticas públicas que garantem que o potencial de ITC seja aplicado efetivamente por todo o sistema educacional. 

O Instituto de Tecnologias de Informação para a Educação (UNESCO Institute for Information Technologies in Education – IITE), com sede em Moscou, se especializa em intercâmbio de informações, pesquisa e treinamento sobre a integração das TIC em educação. 

A UNESCO trabalha com comunidades educacionais do mundo todo – Ministérios da Educação, institutos especializados, professores, aprendizes e participantes em capacitações – para alavancar efetivamente o potencial das TIC de forma a elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem.



O uso de TIC na educação do Brasil

O Brasil precisa melhorar a competência dos professores em utilizar as tecnologias de comunicação e informação na educação. A forma como o sistema educacional incorpora as TIC afeta diretamente a diminuição da exclusão digital existente no país.
Vários pontos devem ser levados em conta quando se procura responder a questões como: Como as TIC podem ser utilizadas para acelerar o desenvolvimento em direção à meta de "educação para todos e ao longo da vida"? Como elas podem propiciar melhor equilíbrio entre ampla cobertura e excelência na educação? Como ela podem contribuir para reconciliar universalidade e especificidade local do conhecimento? Como pode a educação preparar os indivíduos e a sociedade de forma a que eles dominem as tecnologias que permeiam crescentemente todos os setores da vida e possam tirar proveito delas? 
Primeiro, as TICs são apenas uma parte de um contínuo desenvolvimento de tecnologias, a começar pelo giz e os livros, todos podendo apoiar e enriquecer a aprendizagem. 
Segundo, as TIC, como qualquer ferramenta, devem ser usadas e adaptadas para servir a fins educacionais. 
Terceiro, várias questões éticas e legais, como as vinculadas à propriedade do conhecimento, ao crescente tratamento da educação como uma mercadoria, à globalização da educação face à diversidade cultural, interferem no amplo uso das TIC na educação. 
Na busca de soluções a essas questões, a UNESCO coopera com o governo brasileiro na promoção de ações de disseminação de TIC nas escolas com o objetivo de melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem, entendendo que o letramento digital é uma decorrência natural da utilização frequente dessas tecnologias. O Ministério da Educação tem a meta de universalizar os laboratórios de informática em todas as escolas públicas até 2010, incluindo as rurais. A UNESCO também coopera com o Programa TV Escola, para explorar a convergência das mídias digitais na ampliação da interatividade dos conteúdos televisivos utilizados no ensino presencial e a distância.
A UNESCO no Brasil conta com a permanente parceria das Cátedras UNESCO em Educação a Distância em várias universidades brasileiras, que utilizam as TIC para promover a democratização do acesso ao conhecimento no país.
http://www.unesco.org/


TICs na Educação:10 Recomendações Para Aplicá-la

Posted on November 11, 2013 


No primeiro artigo da série falamos sobre os 13 Motivos para usar TICs na Educação. Hoje falaremos de algumas premissas que escolas e educadores devem seguir para implementar TIC na sala de aula e mesmo como sugestão de atividades extras.

Se pararmos para pensar, a tecnologia é algo que já está inserido na rotina de crianças e adolescentes das gerações Y e Z. Sendo assim, podemos pensar em maneiras de inserir TICs na educação de forma a tornar o uso produtivo. A própria Unesco defende que cada país deve ter políticas que incentivem o uso das tecnologias móveis em sala de aula. Saiba mais os motivos e recomendações.



10 Recomendações para uso de TICs na Educação



1. Criar ou Atualizar políticas ligadas ao aprendizado móvel: Verifique as restrições do ambiente e se ele possibilita a utilização de tecnologias conectadas a internet.



2. Conscientizar sobre sua importância: Deve haver uma conscientização do uso das ferramentas para que se mantenha o foco no seu propósito.



3. Expandir e melhorar opções de conexão: A utilização de TICs na Educação depende em alguns casos da melhoria da infra estrutura. Isso deve ser estudado para que não hajam problemas futuros no desenvolvimento das metodologias.



4. Ter acesso igualitário: Todos dentro da sala de aula devem ter os mesmos direitos, e caso hajam atividades extras deve-se garantir que todos terão acesso igualitário as ferramentas educacionais.



5. Garantir equidade de gênero: A Tecnologia na Educação e suas atividades não deve oferecer nenhuma discriminação quando perfil do utilizador, qualquer atividade deve ser levada em conta.



6. Criar e otimizar conteúdo educacional: Todo o material criado deve ser pensando no formato de uma nova dinâmica de aula. Utilizem as tecnologias inclusive para criar o material didático.



7. Treinar professores: Os professores devem estar aptos e seguros a utilizar a tecnologia na sala de aula. Leia mais dicas no artigo “10 competências do Professor Moderno”.



8. Capacitar educadores usando tecnologias móveis: O professor deve ser estudante utilizando a TIC.



9. Promover o uso seguro, saudável e responsável de tecnologias móveis: Deve-se prestar atenção para que os alunos não passem ser dependentes da tecnologia na sala de aula e isso passe a ser algo prejudicial.



10. Usar tecnologia para melhorar a comunicação e a gestão educacional: A tecnologia na educação não deve ser uma barreira e sim um meio de estímulo de comunicação entre pais, professores e estudantes.

Você pode começar a aplicar a Tecnologia na Educação utilizado ExamTime. Confira o Mapa Mental resumo que criamos para você recordar dos conceitos apresentados e começar a criar seus recursos de estudo e aplicá-los em sala de aula!


Fonte: Policy Guidelines for Mobile Learning – Unesco



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O PROCESSO HISTÓRICO DA ESCRITA E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO
Ana Paula Pires Trindade 

Este artigo discorre sobre a evolução histórica da escrita e suas primeiras funções, seguindo para o papel da escrita no contexto atual e sua relação com o sucesso ou fracasso do indivíduo, passando pelo processo de alfabetização e finalmente a importância da escrita na formação do sujeito.

A ORIGEM DA ESCRITA OCIDENTAL
Podemos dizer que uma das grandes “invenções” da humanidade até hoje foi a escrita, que surge a partir da necessidade do homem de criar registros, armazenar dados, enfim, de preservar sua história. Os vestígios mais antigos da escrita são originários da região baixa da antiga Mesopotâmia e datam de mais 5500 anos.Primeiramente a escrita era formada por ideogramas que representavam uma palavra, assim sendo, eram necessários diversos signos pictóricos para representar tantos quantos objetos ou idéias fossem necessários. Numa segunda fase a escrita passa a adquirir valores fonéticos e menos signos são necessários para exprimir as idéias de um idioma. O alfabeto surge a partir da decomposição da palavra em sons simples, o primeiro povo a decodificar as palavras em sons e a criar signos para representá-los foram os fenícios. A escrita então evolui e passa a ser alfabética, e foi o alfabeto fenício arcaico, que surgiu pela primeira vez em Biblos, que deu origem a todos os alfabetos atuais. O alfabeto fenício expandiu-se até o Egito através de colônias fenícias fundadas no Chipre e no Norte da África e do Egito este alfabeto foi expandido para as regiões que não sofriam influências fenícias diretas. O alfabeto fenício arcaico foi o mais perfeito e difundido do mundo antigo e é anterior ao séc. XV a.C. Este alfabeto era constituído de 22 signos que permitiam escrever qualquer palavra e se popular e sua expansão foi rápida devido à sua simplicidade. Um fato importante para a nossa civilização foi a adoção deste alfabeto pelos gregos em aproximadamente VIII a.C. Os gregos incorporaram neste alfabeto alguns sons vocálicos, e o alfabeto grego clássico que conhecemos é composto de 24 letras, vogais e consoantes. Deste alfabeto origina-se o alfabeto etrusco que junto com o alfabeto gótico da Idade Média (também originário do alfabeto grego clássico) dá origem ao nosso alfabeto latino, que dominou o mundo ocidental devido à expansão do Império Romano.

A ESCRITA EO FRACASSO ESCOLAR
A escrita surgiu quando o homem passou de nômade para sedentário e começou a cultivar seu alimento e criar animais, ou seja, o homem precisava de um recurso para registrar o número de animais que possuía, quanto alimento havia estocado. Mais tarde a escrita foi utilizada para registrar os dias do ano (calendário), posteriormente começou-se a usar a escrita para registrar grandes feitos, batalhas, tratados, proclamações de governantes, casamentos, empréstimos, orações, e assim por diante. Não era necessário que pessoas comuns dominassem a escrita, pois seus ofícios não exigiam tal conhecimento. Mais tarde obras literárias começavam a ser registradas e pessoas de classe mais alta também aprendiam a ler para ter acesso a tal conhecimento ainda assim dominar ou não a escrita não fazia diferença para a maioria das pessoas. No final do século XVIII ocorrem mudanças drásticas em nossas sociedade, a revolução industrial e seus avanços tecnológicos diminuem as pequenas oficinas e dão lugar a produtos fabricados em massa, acabando com a classe de artesãos e trabalhadores rurais e dando lugar a uma classe de operários, que eram explorados até o fim da vida. Numa tentativa de melhorar a situação e o perfil da população no final do século XIX é instaurada a escolaridade obrigatória e é a partir deste momento que aquisição da escrita passa a ser sinônimo de sucesso. Até o final do século XIX e início do século XX, a sociedade possuía uma hierarquia social bem definida, e não conhecimento da escrita (analfabetismo) não era considerado uma deficiência, pois todos podiam ter acesso a ofícios que permitiam que a pessoa tivesse uma vida bem sucedida gerando conforto para si e suas famílias. Nos dias de hoje o não conhecimento da leitura e da escrita (analfabetismo) é sinônimo de fracasso escolar e conseqüentemente do fracasso do indivíduo como ser social, uma vez que nos padrões da sociedade atual é somente através da escolaridade que a pessoa poderá vir a “ser alguém” ou seja, ter acesso a cultura, dinheiro, poder e felicidade.

A AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
A escola funciona baseada no código escrito e sendo a instrução escolar o pré-requisito necessário para o sucesso do indivíduo, a primeira coisa que criança aprenderá ao ingressar na escola será a ler e a escrever, e este será o enfoque durante os primeiros anos da vida escolar da criança, uma vez que para desenvolver-se no ambiente de ensino necessita dominar o código escrito. Dadas as informações acima é importante salientar a importância da alfabetização na vida social do indivíduo. Segundo Emília Ferreiro, “O que acontece no primeiro ano da escola tem reflexos não apenas na alfabetização, mas na confiança básica que cerca toda a escolaridade posterior.” A criança inicia o aprendizado do aspecto formal da escrita com aproximadamente 3 ou 4 anos e esse processo segue até aproximadamente 10 anos, durante esse período a criança passa por algumas etapas de desenvolvimento da linguagem escrita as quais serão descritas abaixo. Primeiramente a criança passa pela fase pré-silábica ou pré-comunicativa, essa fase acontece quando a criança tem de 3 a 4 anos, é quando ela começa a distinguir a escrita do desenho e começa querer escrever. Quando começa a escrita se parece com rabiscos e num segundo momento aparecem as letras e os números, mas não diferencia uns dos outros e não associa a escrita com a fala. Numa segunda fase chamada de silábica ou semifonética, a criança já sabe que a escrita está relacionada coma fala e cada letra representará um som para ela e lentamente aparecerá o valor sonoro correto das letras. Nesta fase a criança tem de 5 a 6 anos. A terceira fase, quando a criança tem de 6 a 7 anos, a escrita representa a fala com diferenças sonoras, compondo vogais e consoantes. Esta fase chama-se alfabética ou fonética. Quando a criança chega aos 8 anos, geralmente na 2ª série do ensino fundamental, ela começa a adquirir padrões ortográficos, morfológicos e visuais. Esta fase é chamada de transicional. Finalmente aos 10 anos, durante a fase ortográfica correta, o aluno já domina regras básicas de ortografia, sinais de acentuação, grupos consonantais, e começa a acumular o vocabulário aprendido. Após este árduo e longo processo de alfabetização, a criança começa a produzir frases, ampliar o seu vocabulário, utilizar sinônimos, mas somente a aquisição da linguagem escrita não garante o sucesso na escola nem na vida do indivíduo ele precisa dar significado a tudo que aprendeu. Porém, para a sociedade atual não basta que o indivíduo reconheça e reproduza os signos que formam a palavra, pois isoladas e fora de contexto não bastam. É necessário que a criança e o adolescente sejam capazes de compreender e interpretar textos, bem como, produzir textos próprios.

O PAPEL DA ESCRITA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO
Se a princípio a escrita era utilizada somente para o registro de informações importantes e era reservada a uma elite seleta, nos dias de hoje seu papel é completamente diferente e é pré- requisito básico na formação do ser. O papel da escrita na formação do sujeito é muito mais profundo do que se pensa. É a porta de entrada para a cultura, saber tecnológico, científico, erudito,etc. Além de sua função básica utilizada no dia-a-dia, como ler nome de ruas, de ônibus, consultar listas, telefones, rótulos de produtos, revistas, jornais. A leitura também é um meio de comunicação entre as pessoas é através dela que as pessoas se comunicam por cartas, e-mails, telegramas, etc. Sem um conhecimento básico da leitura e da escrita o indivíduo fica fadado ao trabalho braçal (sem desmerecer este tipo de emprego, que é tão digno quanto todos outros), que é temor da maioria dos pais atualmente. A escrita é um fator eliminatório na hora da busca por qualquer emprego. Saber decodificar o código escrito, ou seja, ler é muito mais que atribuir significados a palavras isoladas, resumindo-se a um processo mecânico. O ato de saber ler como patamar para atingir o sucesso implica em construir conhecimento, gerar reflexões e desenvolver uma consciência crítica sobre o que é lido. É através da leitura e interpretação de textos que se compreende os direitos e os deveres reservados às pessoas dentro da sociedade, que é possível apropriar-se de bens culturais, que se preserva e dissemina-se a história e os hábitos de um povo ou povos e como conseqüência, é também através da escrita e da leitura que são transmitidos valores, sociais, morais e culturais de uma geração a outra. A leitura também porta prazer ao sujeito, pois através da literatura (seja comédia, romance, aventura, suspense, etc), é ativada a sua sensibilidade e em alguns casos a sua criatividade, pois quando lemos imaginamos cenários, personagens e situações. É a literatura que desperta a produção de textos nos alunos, pois escrever e tomar o caminho oposto, imaginar primeiro e transcrever depois. Então, é de fundamental importância que a escola ensine aos alunos, não somente o aspecto formal da escrita, mas também como fazer bom uso dela e o porquê da sua importância. Os professores (sejam eles de qualquer disciplina, uma vez que a escrita e leitura são o canal principal da aquisição do conhecimento) devem estimular os alunos a compreender textos, interpretá-los, e a levantar hipóteses sobre eles. Além disso deve-se incentivar os alunos a usar a criatividade e desenvolver seus próprios textos, sejam eles sobre qualquer assunto. Somente desta maneira o aprendizado da escrita se dá por completo e funciona como alavanca para o sucesso em diversas áreas e desta maneira não se torna um processo maçante, mecânico e sem propósito. 

BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Denise Maria. Usos e funções da escrita: O saber da criança e o fazer da escola. http://www.educacaoonline.pro.br/usos_e_funcoes.asp, capturado em 07/06/2005 16:54:54
CONDEMARIN, Mabel; CHADWICK, Mariana; Escrita criativa e formal. Porto Alegre: Artes Medicas, 1987.
CORDIÉ, Anny. Os atrasados não existem: psicanálise de crianças com fracasso escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez, 2000.
GERALDI, João Wanderley (org.) O texto na sala de aula: leitura e produção.São Paulo, Ática, 1999.
HIGOUNET, Charles. História concisa da escrita. São Paulo: Parábola, 2003.

PEDROSA, Maria da Graça Silva Pedrosa A apropriação da palavra escrita como condicionante do sucesso escolar num um enfoque psicanalítico. Parte da monografia apresentada como conclusão do Curso Psicanálise, Infância e Educação, realizado na faculdade de Educação da USP/ LEPSI no ano de 2002.

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