Curso: Licenciatura em Pedagogia
Identificação: Filosofia da Educação
Carga Horária: 80 h/a (X) Semestral
Ementa
A disciplina visa ao entendimento dos seguintes temas:
- O que é filosofia, sua origem e sua especificidade.
- Principais períodos da História da Filosofia e as relações entre Educação e Filosofia.
- Filosofia e a formação do conhecimento.
- Sentido da Filosofia da Educação como fundamento da comunicação e suas relações com as demais ciências.
- Análise das relações entre educação, filosofia e ideologia mediante reflexão critica sobre princípios e influencias das principais concepções e tendências do pensamento pedagógico.
Objetivos Gerais
Dominar conteúdos, que possibilitem ao aluno a compreensão da especificidade e importância da Filosofia da Educação na formação do educador.
Objetivos Específicos
Refletir sobre os principais fundamentos filosóficos da educação do homem na antiguidade e ao longo do período medieval.
Aprofundar o contato com obras de autores clássicos que mais se destacaram na fundamentação filosófica da educação.
Conteúdo Programático
Unidade I
Para que Filosofia?
Filosofia e Filosofia da Educação
A Filosofia da Educação: importância e especificidade:
Reflexão filosófica e ação pedagógica
Unidade II
Filosofia na formação do educador
A Filosofia da Educação e o educador
Sobre a natureza e especificidade da educação
Unidade III
Fundamentos filosóficos da educação
A compreensão histórico-crítica da educação
Por um “Emílio” contemporâneo
Unidade IV
Leitura e interpretação de textos de filosofia da educação
Elaboração de projetos, resenhas e exposição de seminários
Metodologia de Ensino
Aulas expositivas, discussões de questões em pequenos grupos seguidas de debates. Para tanto, os alunos deverão fazer as leituras previamente indicadas e participar das discussões feitas em sala de aula.
Bibliografia Básica
ARANHA, M.L de A. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna. 2006.
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2002.
SEVERINO, A.J. Filosofia da educação. São Paulo: FTD, 1994.
Bibliografia Complementar
ARANHA, M.L. de A. MARTINS, M.H.P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2003.
GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Romance da história da filosofia. Trad. João Azenha Jr. São Paulo: Cia das Letras, 1995.
GHIRALDELLI, Paulo Jr.. Historia da Educação Brasileira. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2005.
NISKIER, Arnaldo. Filosofia da educação: uma visão crítica. São Paulo: Loyola, 2007.
SOLOMON, Robert. Paixão pelo saber. Rio de Janeiro: Civilização, 2003.
Critérios de avaliação da aprendizagem
A avaliação do aluno se dará através da composição de notas obtidas pela participação dos alunos nas aulas, realização de atividades individuais e/ou em grupos, participação e seminários. Avaliação Continuada I e II (serão realizadas por meio da avaliação das atividades produzidas pelos alunos; das leituras realizadas e pela participação discente nas atividades propostas); TIO (Trabalho Interdisciplinar Orientado). Pesquisa elaborada pelos alunos, em grupo, com orientação dos professores do semestre, para posterior avaliação escrita; Prova Regimental (ocorrerá ao final do curso e buscará avaliar se os alunos adquiriram as competências e habilidades planejadas para o curso).
O cálculo da média final será obtido da seguinte forma:
[(AC1+AC2) x 0,2] + [TIO x 0,3] + [AR x 0,5]
_______________________________________________________________________Boff: secundaristas abrem as portas para um novo Brasil
"Eles podem ser os protagonistas daquilo que deve nascer"
14/11/2016 em leonardoboff.wordpress.com
Seria ingênuo pensar que o movimento dos estudantes ocupando escolas e universidades se esgota na crítica de um dos mais vergonhosos projetos já havidos, da reforma do ensino médio ou no protesto contra a PEC 241 da Câmara e agora PEC 55 do Senado, PEC da brutalização contra os mais vulneráveis da nação. O que se esconde atrás das críticas é algo mais profundo: a rejeição do tipo de Brasil que até agora construímos e de política, corrupta feita por parlamentares em proveito próprio. Junto vem o lado mais positivo: a demanda por uma outra forma de construir o Brasil e de reinventar uma democracia, não de costas para o povo, mas com ele participando nas discussões e decisões das grandes questões nacionais.
Já abordei neste espaço este tema, a propósito do movimento dos jovens de 2013. Este movimento retorna com mais vigor e mais capacidade de se impôr aos responsáveis pelos destinos de nosso país. Três autores continuam a nos inspirar, pois sempre lutaram por um outro Brasil e sempre foram derrotados.
O primeiro é Darcy Ribeiro num texto de 1998 como prefácio ao meu livro O caminhar da Igreja com os oprimidos:”Nós brasileiros surgimos de um empreendimento colonial que não tinha nenhum propósito de fundar um povo. Queria tão-somente gerar lucros empresariais exportáveis com pródigo desgaste de gentes”. Esta lógica do ultraliberalismo atual se radicalizou no Brasil.
O segundo é de Luiz Gonzaga de Souza Lima na mais recente e criativa interpretação do Brasil:”A refundação do Brasil: rumo à sociedade biocentrada (São Carlos 2011):”Quando se chega ao fim, lá onde acabam os caminhos, é porque chegou a hora de inventar outros rumos; é hora de outra procura; é hora de o Brasil se refundar; a refundação é o caminho novo e, de todos os possíveis, é aquele que mais vale a pena, já que é próprio do ser humano não economizar sonhos e esperanças; o Brasil foi fundado como empresa. É hora de se refundar como sociedade”(contra-capa). Essa hora chegou.
O terceiro é um escritor francês François-René de Chateaubriand (1768-1848):”Nada é mais forte do que uma ideia quando chegou o momento de sua realização”. Tudo indica que este momento de realização está a caminho.
Os jovens que estão ocupando os lugares de ensino estão revelando mais inteligência, a exemplo da jovem Ana Júlia Ribeiro, falando na Câmara Legisliva do Paraná, do que a maioria dos representantes sentados em nossas casas parlamentares, interessados mais em seus negócios e na própria reeleição do que no destino do povo brasileiro.
Sem definição partidária, com seus cartazes incisivos ,os estudantes nos querem dizer:: estamos cansados do tipo de Brasil que vocês nos apresentam, com democracia de baixa intensidade, que faz políticas ricas para os ricos e pobres para os pobres, na qual as grandes maiorias são feitas invisíveis e jogadas nas periferias, sem estudo, sem saúde, sem segurança e sem lazer Queremos outro Brasil que esteja à altura da nossa consciência, feito de povo misturado e junto, alegre, sincrético e tolerante.
Efetivamente, até hoje o Brasil foi e continua sendo um apêndice do grande jogo econômico e político do mundo. Mesmo politicamente libertados, continuamos sendo recolonizados, esta é a palavra exata, recolonizados, pois as potências centrais antes colonizadoras, nos querem manter colonizados, condenando-nos a ser uma grande empresa neocolonial que exporta commodities: grãos, carnes, minérios. Desta forma nos impedem de realizarmos nosso projeto de nação independente, soberana e altiva.
Diz com fina sensibilidade social Souza Lima:”Ainda que nunca tenha existido na realidade, há um Brasil no imaginário e no sonho do povo brasileiro. O Brasil vivido dentro de cada um é uma produção cultural. A sociedade construiu um Brasil diferente do real histórico, o tal país do futuro, soberano, livre, justo, forte mas sobretudo alegre e feliz”(p.235). No movimento atual renasce este sonho exuberante de Brasil.
Caio Prado Júnior em sua A revolução brasileira (Brasiliense 1966) acertadamente escreveu: ”O Brasil se encontra num daqueles momentos em que se impõem de pronto reformas e transformações capazes de reestruturarem a vida do país de maneira consentânea com suas necessidades mais gerais e profundas e as espirações da grande massa de sua população que, no estado atual, não são devidamente atendidas”(p. 2).
Com os personagens que estão aí na cena política, grande parte acusada de corrupção ou feita réu ou condenada, não podemos esperar nada senão mais do mesmo. Devem ser democraticamente alijados da história para termos campo limpo para o novo.
Sobre que bases se fará a Refundação do Brasil? Souza Lima nos diz que é sobre aquilo que de mais fecundo e original que temos: a cultura nacional tomada no seu sentido mais amplo que envolve o econômico, o politico e o especificamente cultural: ”É através de nossa cultura que o povo brasileiro passará a ver suas infinitas possibilidades históricas. É como se a cultura, impulsionada por um poderoso fluxo criativo, tivesse se constituído o suficiente para escapar dos constrangimentos estruturais da dependência, da subordinação e dos limites acanhados da estrutura socioeconômica e política da empresa Brasil e do Estado que ela criou só para si. A cultura brasileira então escapa da mediocridade da condição periférica e se propõe a si mesma com pari dignidade em relação a todas as culturas, apresentando ao mundo seus conteúdos e suas valências universais”(p.127).
Por este texto, Souza Lima se livra da crítica justa de Jessé Souza, feita à maioria de nossos intérpretes do status quo histórico: “A tolice da inteligência brasileira”(Leya 2015), completada com “A radiografia do golpe”(Leya 2016).
A maioria destes clássicos intérpretes, olharam para trás e tentaram mostrar como se construiu o Brasil que temos. Souza Lima, como os jovens de hoje, olha para frente e tenta mostrar como podemos refundar um Brasil na nova fase planetária, ecozóica, rumo ao que ele chama “uma sociedade biocentrada”.
Ou o Brasil diferente nascerá destes jovens estudantes, ou corremos o risco de perdermos novamente o carro da história. Eles podem ser os protagonistas daquilo que deve nascer.
A Filosofia na historia da Educacao de Keila Cuzzuol Pimentel
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO
OZMON, H.A. e CRAVER, S. M. Fundamentos filosóficos da educação. Tradução Ronaldo Cataldo Costa. 6 ed., Porto Alegre: Artmed, 2004.
1. A Necessidade de uma Filosofia da Educação
O estudo filosófico da educação parece imperativo por estarmos em uma era crítica de transição. Mudanças sempre ocorreram, mas raramente na acelerada taxa atual que criou o que Alvin Toffler chama de “choque do futuro”. (p.16) OZMON, H.A. e CRAVER, S. M. Fundamentos filosóficos da educação. Tradução Ronaldo Cataldo Costa. 6 ed., Porto Alegre: Artmed, 2004.
No momento em que podemos estar entrando em uma nova era, uma era “pós-moderna”, é fácil para as pessoas abraçarem mais e mais mudanças pensando pouco nas conseqüências finais ou resistirem às mudanças mantendo valores antigos a qualquer custo. OZMON, H.A. e CRAVER, S. M. Fundamentos filosóficos da educação. Tradução Ronaldo Cataldo Costa. 6 ed., Porto Alegre: Artmed, 2004.
A filosofia educacional é uma maneira não apenas de olhar as idéias, mas também de aprender como usá-las de maneiras melhores. Uma filosofia da educação apenas se torna significativa quando os educadores reconhecem a necessidade de pensar claramente sobre o que estão fazendo e de ver o que estão fazendo em um contexto maior de desenvolvimento individual e social (p.16)
2. Filosofia
(do grego philos - que ama + sophia - sabedoria, « que ama a sabedoria ») é a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao mundo e ao homem. Segundo Marilena Chauí, Filosofia é a Fundamentação Teórica e Crítica dos Conhecimentos e das Práticas.
• “É uma palavra que vem do Latim e significa uma base sólida ou o alicerce sobre o qual se pode construir com segurança.
• Do ponto de vista do conhecimento: a base ou o princípio racional que sustenta uma demonstração verdadeira.
• Fundamentar: encontrar, definir e estabelecer racionalmente os princípios, as causas e condições que determinam a existência, a forma e os comportamentos de alguma coisa, bem como as leis ou regras de suas mudanças”
Parece que os educadores, como todo mundo, estão presos à sua própria humanidade. Em nenhum enfoque educacional conhecido existe certeza em relação a todas as facetas da vida, pois o enfoque perfeito ainda não foi inventado. Resta-nos a necessidade de pensar sobre o que fazemos, de tentar raciocinar e justificar nossas ações para que sejam coerentes, significativas e dirigidas para fins educacionais desejáveis. (p.19)
3. Nascimento da Filosofia na Grécia Antiga (Séc. VI a.C.)
• Você sabe onde fica a Grécia?
• Na Idade Antiga, compreendia uma vasta região denominada Magna Grécia.
• Havia, portanto, um enorme número de cidades e de colônias Gregas na região do Mar Mediterrâneo.
• Assim como os demais povos, os gregos tinham as suas crenças e as suas práticas religiosas.
• A religião e o mito eram as fontes originárias de conhecimento.
• Através da religião e dos relatos míticos, os gregos tinham as respostas fundamentais para as grandes questões da existência.
• Colocar a figura da deusa Atena.
• A linguagem mítica vale - se da metáfora, da alegoria, do símbolo, do arquétipo.
• A partir do século VI a. C, surgem alguns sábios que propõem uma outra forma de pensar e de explicar o mundo valendo-se de argumentos racionais.
• Nasce o pensamento filosófico-científico.
4. A linguagem mítica
• O mito se expressa em linguagem poética, rica em metáforas e analogias.
• A palavra metáfora vem do latim metaphòra (metáfora), por sua vez trazido do grego metaphorá ("mudança, transposição"). O prefixo met(a)- tem sentido de "no meio de, entre; atrás, em seguida, depois". O sufixo -fora (em grego phorá) designa 'ação de levar, de carregar à frente'.
• Metáfora é o emprego da palavra, fora do seu sentido normal, ou seja, um sentido figurado, portanto, é uma figura de linguagem.
• A linguagem metafórica provoca uma busca por parte do aprendiz que para compreendê-la é necessário ultrapassar o modelo convencional de pensamento e a mente se supera na busca do entendimento.
• As metáforas abrem a porta para a dimensão simbólica, ajudam na percepção dos múltiplos significados que co-existem em uma só imagem. Os símbolos sugerem que algo pode ser compreendido além da sua aparência óbvia e imediata.
5. A busca em Filosofia da Educação
A incerteza parece ser um fato comum da vida, e as velhas ideias estão sendo desafiadas. Talvez a tarefa filosófica, apesar dos movimentos contemporâneos que desafiam velhos fatos e prometem novas certezas, ainda seja a busca da sabedoria. Acreditamos que seja uma busca inclusiva, que requer muitas vozes.[...] Alguns observadores dizem que estamos em uma era pós-modernista, no qual tudo está sujeito ao fluxo e à mudança e os velhos absolutos são depostos por novas incertezas.(p.24)
Filosofia e educação de Peedagogia
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner
20 de maio de 2015 / Psicopedagogia / By Taiz de Souza
A teoria das inteligências múltiplas foi estudada pelo psicólogo Howard Gardner como um contrapeso para o paradigma da inteligência única. Ele propôs que a vida humana requer o desenvolvimento de vários tipos de inteligências. Portanto, Gardner não entra em conflito com a definição científica de inteligência como sendo “a capacidade de resolver problemas ou fazer coisas importantes”.
Howard Gardner e seus colegas da prestigiada Universidade de Harvard advertiram que a inteligência acadêmica (obtida através de qualificações e méritos educacionais) não pode ser o fator decisivo para determinar a inteligência de uma pessoa. Gardner e seus colegas poderiam dizer que Stephen Hawking não tem mais inteligência do que Leo Messi, mas cada um desenvolve um tipo diferente.
A pesquisa de Howard Gardner identificou e definiu oito tipos diferentes de inteligência. Vamos ver com mais detalhes cada uma das inteligências propostas pela Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.
Inteligência linguística
A capacidade de dominar a linguagem e se comunicar com outros é importante em todas as culturas. Desde pequeno o ser humano aprende a usar a língua nativa para ser capaz de se comunicar de forma eficaz. A inteligência linguística não só se refere à capacidade de comunicação oral, mas a outras formas de comunicação como a escrita, gestual, etc. Quem domina melhor essa capacidade de comunicação possui uma inteligência linguística superior. Algumas profissões enfatizam esse tipo de inteligência como, por exemplo, os políticos, escritores, poetas, jornalistas…
Inteligência lógico-matemática
Durante décadas a inteligência lógico-matemática foi considerada um tipo de inteligência bruta. Ela assumiu o eixo principal do conceito de inteligência, e foi usada como um ponto de referência para detectar o quão inteligente era uma pessoa. Como o próprio nome indica, este tipo de inteligência está ligada à capacidade de raciocínio lógico e resolução de problemas matemáticos. A velocidade para resolver estes problemas é o indicador que determina quanta inteligência lógico-matemática a pessoa tem. O famoso teste de quociente de inteligência (QI) é baseado neste tipo de inteligência e, em menor proporção, na inteligência linguística. Cientistas, economistas, acadêmicos, engenheiros e matemáticos muitas vezes se destacam neste tipo de inteligência.
Inteligência Espacial
A capacidade de observar o mundo e os objetos em diferentes perspectivas está relacionada a este tipo de inteligência, em que se destacam os profissionais de xadrez e artes visuais (pintores, designers, escultores…). Pessoas que se destacam nessa inteligência, geralmente têm habilidades que lhes permitem criar imagens mentais, desenhar e identificar detalhes, além de um sentimento pessoal de estética. Com essa inteligência desenvolvida, encontramos pintores, fotógrafos, designers, publicitários, arquitetos, e outras profissões que exigem criatividade…
Inteligência Musical
A música é uma arte universal. Todas as culturas têm alguma forma de música, mais ou menos elaborada, levando Gardner e seus colegas a entenderem que há uma inteligência musical latente em todos. Algumas áreas do cérebro executam funções relacionadas ao desempenho e à composição da música. Como qualquer outro tipo de inteligência, você pode treinar e melhorar. Os mais favorecidos neste tipo de inteligência são aqueles capazes de tocar instrumentos, ler e compor peças musicais com facilidade.
Inteligência corporal e sinestésica
As habilidades motoras do corpo são necessárias para utilizar ferramentas ou para expressar certas emoções, é essencial para o desenvolvimento em qualquer cultura. A capacidade de usar ferramentas é considerada uma inteligência sinestésica corporal. Além disso, a capacidade intuitiva da inteligência corporal é utilizada para expressar sentimentos através do corpo. São particularmente brilhantes neste tipo de inteligência: dançarinos, atores, atletas e até mesmo cirurgiões e artistas plásticos, porque todos eles precisam usar racionalmente as suas capacidades físicas.
Inteligência intrapessoal
A inteligência intrapessoal se refere à inteligência que nos permite compreender e se controlar internamente. As pessoas que se destacam neste tipo de inteligência são capazes de acessar seus sentimentos e refletir sobre eles. Essa inteligência também lhes possibilita aprofundar a visão e compreender as razões sobre o porquê de uma pessoa ser do jeito que é.
Inteligência Interpessoal
A inteligência interpessoal nos permite ficar conscientes de coisas que os nossos sentidos não conseguem captar. É uma inteligência que nos possibilita interpretar palavras, gestos, objetivos e metas subentendidos em cada discurso. A inteligência interpessoal aprimora a nossa capacidade de empatia. É uma inteligência muito valiosa para as pessoas que trabalham com grandes grupos. Sua capacidade de detectar e compreender as circunstâncias e problemas dos outros será maior com a inteligência interpessoal. Professores, psicólogos, terapeutas, advogados e educadores são perfis que têm uma pontuação muito elevada neste tipo de inteligência descrita na teoria das inteligências múltiplas.
Inteligência naturalista
A inteligência naturalista detecta, diferencia e categoriza as questões relacionadas com a natureza, como espécies animais e vegetais ou fenômenos relacionados ao clima, geografia ou fenômenos naturais. Este tipo de inteligência foi adicionado mais tarde ao estudo original de Inteligências múltiplas de Gardner, em 1995. Gardner achou necessário incluir nesta categoria porque é uma das inteligências essenciais para a sobrevivência do ser humano e de outras espécies.
Contextualizando
Gardner afirma que todas as pessoas possuem cada um dos oito tipos de inteligência, embora cada tipo seja mais desenvolvido em algumas pessoas do que em outras, todos os oito tipos tem a mesma importância e não há uma mais valiosa que a outra. Em geral, precisamos utilizá-las para enfrentar a vida, independentemente da ocupação realizada. Afinal, a maioria dos trabalhos requer o uso da maioria dos tipos de inteligência. A educação ensinada na sala de aula é um procedimento destinado a avaliar os dois primeiros tipos de inteligência: linguística e lógica matemática. No entanto, esta educação é totalmente inadequada para educar os alunos na plenitude do seu potencial. A necessidade de mudança no paradigma educacional foi trazida à discussão pela Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.
Fonte: PsicologiayMente traduzido e adaptado por Psiconlinews
Hegemonia e bloco hegemônico
Gramsci é famoso principalmente pela elaboração do conceito de hegemonia e bloco hegemônico, e também por focar o estudo dos aspectos culturais da sociedade (a chamada superestrutura no marxismo clássico) como elemento a partir do qual poder-se-ia realizar uma ação política e como uma das formas de criar e reproduzir a hegemonia.
Alcunhado em alguns meios como "o marxista das superestruturas", Gramsci atribuiu um papel central à separação entre infraestrutura (base real da sociedade, que inclui forças produtivas e relações sociais de produção) e superestrutura (a ideologia, constituída pelas instituições, sistemas de ideias, doutrinas e crenças de uma sociedade), a partir do conceito de "bloco hegemónico". Segundo esse conceito, o poder das classes dominantes sobre o proletariado e todas as classes dominadas dentro do modo de produção capitalista, não reside simplesmente no controle dos aparelhos repressivos do Estado. Se assim fosse, tal poder seria relativamente fácil de derrocar (bastaria que fosse atacado por uma força armada equivalente ou superior que trabalhasse para o proletariado). Este poder é garantido fundamentalmente pela "hegemonia" cultural que as classes dominantes logram exercer sobre as dominadas, através do controle do sistema educacional, das instituições religiosas e dos meios de comunicação. Usando deste controle, as classes dominantes "educam" os dominados para que estes vivam em submissão às primeiras como algo natural e conveniente, inibindo assim sua potencialidade revolucionária. Assim, por exemplo, em nome da "nação" ou da "pátria", as classes dominantes criam no povo o sentimento de identificação com elas, de união sagrada com os exploradores, contra um inimigo exterior e a favor de um suposto "destino nacional" de uma sociedade concebida como um todo orgânico desprovido de antagonismos sociais objetivos. Assim se forma um "bloco hegemônico" que amalgama a todas as classes sociais em torno de um projeto burguês. O poder hegemônico combina e articula a coerção e o consenso.
A hegemonia é o conceito que permite compreender o desenrolar da história italiana e da Ressurreição particularmente, que poderia ter adquirido um carácter revolucionário se contasse com o apoio de vastas massas populares, em particular dos camponeses, que constituíam a maioria da população. Limitou o alcance da revolução burguesa em Itália o fato de não ser guiada por um partido jacobino, como na França, onde a participação camponesa, apoiando a revolução, foi decisiva para a derrota das forças da reação aristocrática.
A hegemonia na história italiana
O partido político mais avançado foi o Partido da Ação, de Mazzini e Garibaldi, que não teve, todavia, a capacidade de pleitear uma aliança das forças burguesas progressistas com o campesinato: Garibaldi na Sicília distribuiu as terras entre os camponeses, porém os próprios garibaldinos esmagaram sem piedade os movimentos de insurreição dos campesinos contra os barões da terra.
O Partido da Ação desempenhou um papel de elemento progressista nas labutas da Ressurreição, mas não de força dirigente, porque foi liderado pelos moderados, tanto que os cavourianos conseguiram encabeçar a revolução burguesa, absorvendo tanto os radicais como os adversários destes. Isto ocorreu porque os moderados cavourianos mantiveram uma relação orgânica assim com seus intelectuais, como com seus políticos, proprietários rurais e dirigentes industriais. As massas populares tiveram papel de espectadores no acordo entre os capitalistas do norte e os latifundiários do sul. Para conquistar a hegemonia no lugar dos moderados, liderados por Cavour, o Partido da Ação deveria ter-se "ligado às massas rurais, especialmente as do sul, ser jacobino [.] especialmente no conteúdo econômico-social. A união das várias classes rurais em um bloco reacionário, através de diversos núcleos intelectuais legitimistas-clericais, poderia ser dissolvida pelo advento de uma nova formação liberal-nacional, somente se se fizessem esforços voltados para duas frentes: para a base camponesa, aceitando suas reivindicações, e, segundo, para os intelectuais dos estratos meios e inferiores."
A supremacia de um grupo social se manifesta por dois modos: primeiro, pelo domínio e, segundo, pela direção intelectual e moral. Um grupo social domina os grupos adversários que tenda liquidar ou a submeter inclusive com a força armada e dirige os grupos afins e aliados. Um grupo social pode e deve ser dirigente antes de conquistar o poder governamental: esta, aliás, é uma das condições principais para a própria conquista do poder. Posteriormente, quando exerce o poder, torna-se dominante, mas deve continuar sendo dirigente também.
Analisando o processo do "Risorgimento", Gramsci considera que a função de classe dirigente ficou com Piemonte, ainda que existissem na Itália núcleos de classe dirigente favoráveis à unificação, “estes núcleos nada queriam dirigir, isto é, não queriam conciliar seus interesses e aspirações com os de outros grupos. Queriam dominar, não dirigir e, todavia, queriam que seus interesses prevalecessem, não suas próprias pessoas, isto é, queriam que uma força nova, independente de todo compromisso e condição, se tornasse árbitra da Nação: esta força foi Piemonte”, que teve uma função comparável a de um partido.
"Este fato é da máxima importância para o conceito de revolução passiva, pois não foi um grupo social o dirigente de outros grupos, sim um estado, ao mesmo tempo limitado como potência e dirigente do grupo que deveria ser dirigente e pudesse pela disposição deste um exército e uma força político-diplomática… É um dos casos nos quais se tem a função de domínio e não de direção destes grupos, ditadura sem hegemonia."
As classes subalternas
A hegemonia é, portanto, o exercício das funções de direção intelectual e moral unida àquela do domínio do poder político. O problema para Gramsci está em compreender como pode o proletariado ou em geral uma classe dominada, subalterna, tornar-se classe dirigente e exercer o poder político, ou seja, converter-se em uma classe hegemônica.
As classes subalternas – subproletariado, proletariado urbano, rural e também a pequena burguesia – não estão unidas e sua união ocorre somente quando “se convertem em Estado”, quando chegam a dirigir o Estado, de outra forma desempenham uma função descontinua e desagregada na história da sociedade civil dos estados singulares. Sua tendência à unificação “se despedaça continuamente por iniciativa dos grupos dominantes” dos quais elas “sofrem sempre a iniciativa, ainda quando se rebelam e se insurgem”.
A hegemonia é exercida unindo-se um bloco social – criando então a aliança política de um conglomerado de classes sociais diferentes. Na Itália, o bloco social não é homogêneo, sendo formado por industriais, proprietários rurais, classes médias e parte pequena da burguesia. Este bloco é, portanto, sempre entrecortado por interesses divergentes. Mas, mediante uma política, uma cultura e uma ideologia ou um sistema de ideologias, impedem que os conflitos de interesses, permanentes até quando são latentes, explodam, provocando a crise da ideologia dominante e uma decorrente crise política do sistema de poder.
A crise da hegemonia se manifesta quando, ainda que mantendo o próprio domínio, as classes sociais politicamente dominantes não conseguem mais ser dirigentes de todas as classes sociais, isto é não conseguem resolver os problemas de toda a coletividade e a impor a toda a sociedade a própria complexa concepção do mundo. A classe social subalterna, se consegue indicar soluções concretas aos problemas deixados sem solução, torna-se dirigente e, expandindo sua própria cosmovisão a outros estratos sociais, cria um novo bloco social, que se torna hegemônico. Para Gramsci, o momento revolucionário volta-se inicialmente para o nível da superestrutura, em sentido marxista, isto é, político, cultural, ideal, moral. Mas, trespassa a sociedade em sua complexidade, indo ao encontro com sua estrutura econômica, isto é, todo o bloco histórico— termo que para Gramsci indica o conglomerado da estrutura e da superestrutura, as relações sociais de produção e seus reflexos ideológicos.
Em Itália, o exercício da hegemonia das classes dominantes sempre foi parcial: entre as forças que contribuem à conservação do bloco social estão a Igreja Católica, que se bate para manter a unidade doutrinária de modo e evitar entre os fiéis, fraturas irremediáveis que no entanto existem e que ela não pode sanar, mas somente controlar: “A Igreja romana foi sempre a mais tenaz na luta para impedir que oficialmente se formem duas religiões, uma dos intelectuais e outra das almas simples”. Luta que, se por um lado, teve graves consequências, conectadas “ao processo histórico que transforma toda a sociedade civil e que em bloco contém uma crítica corrosiva das religiões”, por outro, fez ressaltar “a capacidade organizadora na esfera da cultura do clero” que deu “certas satisfações às exigências da ciência e da filosofia, mas com um ritmo tão lento e metódico que as mutações não são percebidas pela massa dos simples, ainda que estas pareçam revolucionárias e demagógicas aos fundamentalistas.”
Nem mesmo a cultura de timbre idealista, que, ao tempo de Gramsci, era dominante e exercida pelas escolas filosóficas crocianas e gentilianas, “soube criar uma unidade ideológica entre o baixo e o alto, entre os simples e os intelectuais”. Tanto é que esta cultura, ainda que considerando a religião uma mitologia, não ao menos “tentou construir uma concepção que pudesse substituir a religião na educação infantil”, e estes pedagogos, ainda que não fossem religiosos nem confessionais, ou mesmo que fossem ateus, “concordam com o ensino religioso porque a religião é a filosofia da infância da humanidade, que se renova em cada infância não metafórica”. Também a cultura laica “dominante” utiliza, pois, a religião, porque não trata do problema de elevar às classes populares ao nível das dominantes, mas, ao contrário, quer mantê-la em uma posição subalterna.
Consciência de classe
A fratura entre os intelectuais e os simples pode ser sanada por uma política que “não tenda manter os simples em sua filosofia primitiva do sentido comum, mas, ao invés disso, que os leve a uma concepção superior da vida”. A ação política empreendida pela “filosofia da práxis” (como Gramsci chama o marxismo), opondo-se às culturas dominantes da Igreja e do idealismo, pode elevar os subalternos a uma “consciência superior da vida. Isto afirma a exigência do contato entre os intelectuais e os simples, que não é para limitar a atividade científica ou por manter uma unidade ao baixo nível das massas, mas para construir um bloco intelectual e moral que torne politicamente possível um progresso intelectual de massa e não somente de escassos grupos intelectuais.” Logo, a via para a hegemonia do proletariado passa por uma reforma cultural e moral da sociedade.
Porém, "o homem ativo da massa", isto é a classe operária, em geral não é cônscia nem da função que pode desempenhar nem da sua condição real de subordinada. O proletariado, de acordo com Gramsci, “não tem uma clara consciência teórica de sua forma de trabalhar, que também é um conhecimento do mundo enquanto o transforma. Assim, sua consciência teórica até pode estar conflito com sua forma de trabalhar”. Ele trabalha de modo prático e ao mesmo tempo tem uma consciência teórica herdada do passado, que ele acolhe de modo acrítico. A real compreensão crítica de si mesmo ocorre “através de uma luta de hegemonias políticas, de direções conflituosas, primeiro no campo da ética, logo da política para chegar a uma elaboração superior da própria concepção do real”. A consciência política, isto é, o ser parte de uma determinante força hegemônica, constitui "a primeira fase para uma ulterior e progressiva autoconsciência onde teoria e prática finalmente se unem".
Mas, a autoconsciência crítica implica a criação de uma elite de intelectuais, pois para distinguirem-se e fazerem-se independentes, o proletariado necessita de organização e esta não existe sem intelectuais, "um estrato de pessoas especializadas na elaboração conceitual e filosófica".
O partido político
Maquiavel já enxergava nos Estados unitários europeus modernos a experiência pela qual passaria a própria Itália, para superar a dramática crise emergida das guerras que devastaram a península desde os finais do século XV. O príncipe de Maquiavel "não existia na realidade histórica, não se apresentava ao povo italiano de modo imediato e objetivo. Era uma pura abstração doutrinária, o símbolo do chefe, do líder ideal. Mas os seus elementos passionais, míticos… se resumem e se tornam vivos ao final, na invocação de um príncipe realmente existente”.
Ao tempo de Maquiavel, em Itália não houve uma monarquia absoluta que unificasse a nação, porque, segundo Gramsci, na dissolução da burguesia comunal se criou uma situação interna econômico-corporativa, politicamente “a pior das formas de sociedade feudal, a forma menos progressista e mais estancada; faltou sempre, e não se podia constituir, uma força jacobina eficiente, a força precisa que em outras nações insuflou e organizou a vontade coletiva nacional-popular e fundou os estados modernos”.
A esta força progressista se opôs em Itália a “burguesia rural, herança do parasitismo deixado nos tempos modernos pela derrota, como classe, da burguesia comunal”. As forças progressistas são os grupos sociais urbanos com um determinado nível de cultura política. Todavia, não será possível a formação de uma vontade coletiva nacional-popular, “se as grandes massas de campesinos trabalhadores não irrompem simultaneamente na vida política. Isso Maquiavel pretendia alcançar através da reforma das milícias, isto fizeram os jacobinos na Revolução Francesa; Compreendendo isto, identifica-se um jacobinismo precoce em Maquiavel.. “.
Modernamente, o Príncipe invocado por Maquiavel não pode ser um indivíduo real, concreto, mas antes um organismo e “este organismo já vem do desenvolvimento histórico e é o partido político: a primeira célula na qual se resumem as sementes de vontade coletiva que almejam tornar-se universais e totais”; o partido é o organizador de uma reforma intelectual e moral, que concretamente se manifesta com um programa de reforma econômica, tornando-se assim “a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costumes”.
Para que um partido exista e se faça historicamente necessário, devem confluir nele três elementos fundamentais:
"Um elemento difuso, de homens comuns, médios, cuja participação seja a contribuição pela disciplina e pela fidelidade, não pelo espírito criativo e altamente organizador. eles são uma força enquanto houver quem os centralize, organize, discipline, porém, na ausência desta força coesiva, se dispersariam e se anulariam em uma poeira impotente.”.
“O elemento coesivo principal. dotado de força altamente coesiva, centralizadora e disciplinadora e também, ou por isto mesmo, inventiva. com apenas este elemento não se formaria um partido, mas um partido se forma mais com ele do que com o primeiro elemento considerado. Fala-se de capitães sem exército, mas na realidade é mais fácil formar um exército que os capitães.
“Um elemento médio, que articule o primeiro elemento com o segundo, que os coloque em contato, não apenas física, mas moral e intelectualmente.”.
Os intelectuais e a educação
Gramsci examinou de perto o papel dos intelectuais na sociedade: todo homem é um intelectual, já que todos têm faculdades intelectuais e racionais, mas nem todos têm a função social de intelectuais. Ele propôs a ideia de que os intelectuais modernos não se contentariam mais de apenas produzir discursos, mas estariam engajados na organização das práticas sociais.
Segundo sua análise, “não há atividade humana da qual se possa excluir de toda intervenção intelectual, não se pode separar o ‘homo faber’ do ‘homo sapiens’” enquanto, independentemente de sua profissão específica, cada um é a seu modo “um filósofo, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, tem uma consciente linha moral”, Mas, nem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais.
Historicamente se formam categorias particulares de intelectuais, “especialmente em relação aos grupos sociais mais importantes e passam por processos mais extensos e complexos em conexão com o grupo social dominante”. Gramsci, então, distingue entre uma “intelectualidade tradicional” que, sem razões, se considera uma classe distinta da sociedade e os grupos intelectuais que cada classe gera “organicamente”. Estes últimos não descrevem a vida social simplesmente por regras científicas, mas de preferência exprimem as experiências e os sentimentos que as massas por si mesmas não conseguem exprimir.
O intelectual tradicional é o literato, o filósofo, o artista e por isso, diz Gramsci, “os jornalistas, que acreditam ser literatos, filósofos e artistas, também acreditam ser os verdadeiros intelectuais”, enquanto que modernamente é a formação técnica a que serve como base do novo tipo de intelectual, um “construtor, organizador, persuasor”, que deve partir “da técnica-trabalho para a técnica-ciência e a concepção humano-histórica, sem a qual permanece especialista e não se torna dirigente”. O grupo social emergente, que labuta por conquistar a hegemonia política, almeja conquistar a própria ideologia intelectual tradicional, ao mesmo tempo que forma seus próprios intelectuais orgânicos.
A organicidade do intelectual se mede pela maior ou menor conexão que mantém com o grupo social ao qual se relaciona: eles operam, tanto na sociedade civil quanto na sociedade política ou estado. A primeira representa o conjunto dos organismos privados nos quais se debatem e se difundem as ideologias necessárias para a aquisição do consenso que aparentemente surge de modo espontâneo das grandes massas da população em torno às decisões do grupo social dominante. A segunda é onde se exerce o “domínio direto do comando que se expressa no Estado e no regime jurídico”. Os intelectuais são como “apostadores do grupo dominante para o exercício das funções subalternas da hegemonia social e do regime político”. Assim como o Estado, que na sociedade política almeja unir os intelectuais tradicionais com os orgânicos, também, na sociedade civil, o partido político forma “os próprios componentes, elementos de um grupo social que nasce e se desenvolve como econômico, até convertê-los em intelectuais políticos qualificados, dirigentes, organizadores de todas as atividades e as funções inerentes ao desenvolvimento orgânico de uma sociedade integral, civil e política”.
A necessidade de criar uma cultura própria dos trabalhadores relaciona-se com o apelo de Gramsci por um tipo de educação que permite o surgimento de intelectuais que partilhem das paixões das massas de trabalhadores. Neste aspecto, os adeptos da educação adulta popular tomam Gramsci como uma referência. Seu sistema educacional pode ser definido dentro do âmbito da pedagogia crítica e a educação popular teorizadas e praticadas mais contemporaneamente pelo brasileiro Paulo Freire.
Literatura nacional popular
Se os intelectuais podem ser mediadores de cultura e de consenso para os grupos sociais, uma classe politicamente emergente deve valer-se de intelectuais orgânicos, para a valorização de seus valores culturais, até poder impô-los à sociedade inteira.
Para Gramsci, uma crítica literária deve fundir, como De Sanctis fez, a crítica estética com a labuta por uma cultura nova, criticando os costumes, os sentimentos e as ideologias expressas na história da literatura. Não por acaso, Gramsci esboça nos cadernos um ensaio que intitula “os sobrinhos do padre Bresciani”. Antonio Bresciani (1798-1862), jesuíta, fundador da revista “A Cultura Católica”, foi um escritor de contos populares de caráter reacionário. Um destes, “O judeu de Verona”, foi criticado em um célebre ensaio de De Sanctis. Os sobrinhos do padre Bresciani são os intelectuais e os literatos contemporâneos portadores de uma ideologia reacionária.
Entre os “sobrinhos” Gramsci inclui muitos escritores já esquecidos, como Antonio Beltramelli, Ugo Ojetti, Alfredo Panzini, Goffredo Bellonci, Massimo Bontempelli, Umberto Fracchia, Adelchi Baratono, Riccardo Bacchelli, Salvatore Gotta, Giuseppe Ungaretti, etc.
A crítica a Croce
Benedetto Croce, o intelectual mais respeitado de sua época, foi quem, na visão de Gramsci, deu à burguesia italiana os instrumentos culturais mais refinados para demarcar os limites entre os intelectuais e a cultura italiana, por uma parte, e o movimento operário e socialista por outra. Faz-se então necessário expor e combater a sua função de maior representante da hegemonia cultural que o bloco social dominante exerce em relação ao movimento operário italiano. Croce combate o marxismo tratando de negar a validade do elemento que considera decisivo: o referente à economia. O Capital de Marx seria para ele uma obra de moral e não de ciência, uma tentativa de demonstrar que a sociedade capitalista é imoral, diferente da comunista, na qual se realizaria a moralidade plena humana e social. A carência de cientificidade da obra principal de Marx estaria demonstrada pelo conceito de mais valia: para Croce, somente desde um ponto de vista moral se pode falar de mais valia, em comparação ao valor, legítimo conceito econômico.
Esta crítica de Croce é em verdade um simples sofisma: os conceitos de mais valia e o de valor são o mesmo. É a diferença entre o valor das mercadorias produzidas pelo trabalhador e o valor da força de trabalho do próprio trabalhador. A teoria do valor de Marx se deriva diretamente da do economista inglês David Ricardo, cuja teoria do valor-trabalho “não causou nenhum escândalo quando foi formulada, porque então não representava nenhum perigo, parecia apenas, como de facto era, uma constatação puramente objetiva e científica. O valor polêmico e de educação moral e política, para não perder sua objetividade, devera adquiri-la apenas com a Economia Crítica [O Capital]”.
A filosofia crociana é um tipo de historicismo, ou seja, como concebe Vico, a realidade é história e tudo o que existe é necessariamente histórico. Porém, de acordo com a natureza idealista de sua filosofia, a história é a do espírito e, portanto, especulativa, de abstração, da liberdade, da cultura e do progresso. Não é a história concreta das nações e das classes:
"A história especulativa pode ser considerada como um retrocesso, em formas literárias feitas com mais astúcia e menos ingênuas, que o desenvolvimento da capacidade crítica, com formas de história em descrédito, como jogos de palavras vazios e registrados em diversos livros do próprio Croce. A história ético-política, enquanto prescinde do conceito de bloco histórico [união de estrutura e superestrutura no sentido marxista], onde conteúdo econômico-social e forma ético-política se identificam concretamente pela reconstrução de vários períodos históricos, não é nada mais que uma apresentação polêmica de pensamentos mais ou menos interessantes, mas não é história. [.] A história de Croce apresenta-se como figuras desossadas, sem esqueleto, de carnes flácidas e decadentes até mesmo debaixo do vermelho das veias literárias dos escritores.”
A atuação conservadora do Croce historiador forma um binômio com a do Croce filósofo: se a dialética do idealista Hegel era uma dialética dos contrários – um desenvolvimento da história que procede por contradições – a dialética crociana é uma dialética dos distintos: comutar a contradição em distinção significa operar uma atenuação, se não uma anulação, dos conflitos que se apresentam na história e nas sociedades. Para Gramsci, tal atenuação ou anulação se manifesta nas obras históricas de Croce: sua História da Europa, iniciando em 1815 e ignorando o período da Revolução Francesa e o império napoleônico, "não é outra coisa que um fragmento de história, o aspecto passivo da grande revolução que se iniciou em França em 1789, desembocou no resto da Europa com os exércitos republicanos e napoleônicos, dando fortes ombradas aos velhos regimes e determinando não a sua queda imediata, como em França, mas antes a corrosão reformista que durou até 1870".
Do mesmo modo, sua História da Itália de 1871 a 1915 "prescinde do momento da labuta, do momento no qual se elaboram, reúnem e dispõem as forças em conflito [.] no qual um sistema ético-político se dissolve e outro se elabora [.] no qual um sistema de relações sociais se desconecta e cai, e outro sistema surge e se afirma. Em vez disso, Croce toma placidamente como história o momento de crescimento cultural ou ético-político”.
Materialismo histórico
Por acreditar que a história humana e a práxis coletiva é que determinam se uma questão filosófica é relevante ou não, Gramsci opõe-se ao materialismo metafísico e cola-se à teoria da percepção, Engels e Lenine, se bem que não deixa isto explícito. Para Gramsci, o Marxismo não lida com uma realidade que existe em sie por si , independente da humanidade. O conceito de um universo objetivo fora da história e da práxis humanas era, a seu ver, análogo à crença em Deus. Não poderia existir a objetividade, mas somente uma intersubjetividade universal, a ser construída numa sociedade futura. A história natural, portanto, só teria sentido em relação à história humana.
Gramsci, desde os anos universitários, foi um decidido opositor da concepção fatalista e positivista do marxismo - presente no velho Partido Socialista Italiano -, segundo a qual o capitalismo necessariamente estava destinado a cair, dando lugar a uma sociedade
socialista. Tal concepção mascarava a impotência política do partido da classe subalterna, incapaz de tomar a iniciativa para a conquista da hegemonia.
Ainda que o manual do bolchevique russo Nikolai Bukharin (1921) A teoria do materialismo histórico - Manual popular de sociologia, se coloque no mesmo filão positivista, “a sociologia foi uma tentativa de criar um método da ciência histórico-política, na dependência de um sistema filosófico já elaborado, o positivismo evolucionista [.] converteu-se na filosofia de não-filósofos, uma tentativa de descrever e classificar esquematicamente os factos históricos, segundo critérios construídos sobre o modelo das ciências naturais. A Sociologia é pois uma tentativa de obter experimentalmente as leis da evolução da sociedade humana de modo a prever o futuro com a mesma certeza com a qual se prevê que de uma bolota nascerá uma azinheira. O evolucionismo vulgar está na base da sociologia que não pode conhecer o princípio dialético com a passagem da quantidade à qualidade, passagem que desconcerta toda evolução e toda lei de uniformidade entendida no sentido evolucionista vulgar”.
A compreensão da realidade como desenvolvimento da história humana somente é possível utilizando a dialética marxista, da qual não trata o manual de Bukharin, porque ela capta tanto o sentido tanto das vivências humanas como do seu carácter efémero, sua historicidade, determinada da práxis, da ação política, que transforma as sociedades.
Por si mesmas as sociedades não se transformam. Marx notara que nenhuma sociedade enfrenta questões sem que já possua, ou esteja em vias de obter, as condições de solucioná-las. Nem tampouco se desfaz uma sociedade sem que primeiro tenha desenvolvido todas as formas de vida nela subjacentes. Ao revolucionário se coloca o problema de identificar com exatidão as relações entre infraestrutura e superestrutura para chegar a uma análise correta das forças que operam na história de um determinado período. A ação política revolucionária, a práxis, para Gramsci é outrossim uma catarse que indica a "passagem do momento meramente econômico (ou egoísta-passional) ao ético-político, que é a elaboração superior da estrutura em superestrutura na consciência humana. Isto equivale também à transição “do objetivo para o subjetivo” e da “necessidade para a liberdade". A infraestrutura, que, pela força exterior que oprime o homem, assimila-o a si mesma, tornando-o passivo, se transforma assim em meio de libertação, em instrumento para criar uma nova forma ético-política, em causa de novas iniciativas. A fixação do momento “catártico” torna-se então, segundo me parece, o ponto de partida de toda filosofia da práxis. O processo catártico coincide com a cadeia de sínteses que resultam do desenvolvimento dialético.”
A dialética é pois um instrumento de investigação histórica, que supera a visão naturalista e mecanicista da realidade, é união da teoria com a práxis, de conhecimento e ação. A dialética é "doutrina do conhecimento e substância medular da historiografia e da ciência da política" e pode ser compreendida somente concebendo o marxismo "como uma filosofia integral e original que inicia uma nova fase na história e no desenvolvimento mundial enquanto supera (e superando inclui em si os elementos vitais) tanto o idealismo quanto o materialismo tradicionais, expressões da velhas sociedades. Se a filosofia da práxis, ou seja, o marxismo, não se pensa como subordinada a outra filosofia, não se pode conceber a nova dialética, na qual precisamente tal superação se efetua e se exprime”.
O velho materialismo é metafísica. Para o senso comum, a realidade é objetiva, existente independentemente do sujeito, é um obvio axioma, confortado pela afirmação da religião pela qual o mundo, criado por Deus, se encontra já dado à nossa frente. Mas, para Gramsci, está excluída “a concepção da realidade objetiva do mundo externo na sua forma mais trivial e acrítica” a partir do momento em que “a esta se pode colocar a objecção do misticismo”. Se conhecemos a realidade enquanto homens, e sendo nós mesmos produtos da história, também o são a consciência e a realidade.
Como poderia de facto existir uma objetividade extra histórica e extra-humana e quem julgará tal objetividade? “A formulação de Engels que a unidade do mundo consiste na materialidade, demonstrada pelo largo e laborioso desenvolvimento da filosofia das ciências naturais, contem precisamente a semente da concepção correta, porque refere-se à história e ao homem para demonstrar a realidade objetiva. Objetivo significa sempre humanamente objetivo, isto é, que pode corresponder exatamente a historicamente objetivo [.]. O homem conhece objetivamente enquanto o conhecimento é real para todo o gênero humano, historicamente unificado num sistema cultural unitário. Mas, este processo de unificação histórica virá com o desaparecimento das contradições internas que são a condição da formação dos grupos e do nascimento das ideologias [.]. Há, portanto, uma luta pela objetividade (para livrar-se das ideologias parciais e falazes) e esta labuta é a mesma labuta para a unificação cultural do gênero humano. Ao que os idealistas chamam de espírito, não é o ponto de partida, mas de chegada, o conjunto das superestruturas num futuro em direção a uma unificação concreta e objetivamente universal e não mais um pressuposto unitário."
O Estado e a sociedade civil
A teoria da hegemonia de Gramsci está ligada à sua concepção do Estado capitalista, que, segundo afirma, exerce o poder tanto mediante a força quanto o consentimento. O Estado não deve ser entendido no sentido estreito de governo. Gramsci divide-o entre a sociedade política, que é a arena das instituições políticas e do controlo legal constitucional, e a sociedade civil, que se vê comumente como uma esfera 'privada' ou 'não-estatal', e que inclui a economia. A primeira é o âmbito da força e a segunda o do consentimento.
Não obstante, Gramsci esclarece que a divisão é meramente conceptual e que as ambas podem mesclar-se na prática. Gramsci afirma que sob o capitalismo moderno, a burguesia pode manter seu controlo econômico permitindo que a esfera política satisfaça certas demandas dos sindicatos e dos partidos políticos de massas da sociedade civil. Assim, a burguesia leva a cabo uma revolução passiva, ao ir muito aquém dos seus interesses econômicos e permitir que algumas formas de sua hegemonia se vejam alteradas. Gramsci dava como exemplos disto movimentos como o reformismo e o fascismo, e bem assim a 'administração científica' e os métodos da linha de montagem de Frederick Taylor e Henry Ford.
Seguindo Maquiavel, Gramsci argumenta que o 'Príncipe moderno' -o partido revolucionário- é a força que permitirá que a classe operária desenvolva intelectuais orgânicos e uma hegemonia alternativa dentro da sociedade civil. Para Gramsci, a natureza complexa da sociedade civil moderna implica que a única táctica capaz de minar a hegemonia da burguesia e chegar-se ao socialismo é uma 'guerra de posições' (análoga à guerra de trincheiras), A 'guerra em movimento' (o ataque frontal) levado a cabo pelos bolcheviques foi uma estratégia mais apropriada à sociedade civil 'primordial' existente na Rússia Czarista.
Apesar de sua afirmação de que a fronteira entre as duas é nebulosa, Gramsci alerta contra a adoração ao Estado que resulta do identificar a sociedade política com a sociedade civil, como no caso dos jacobinos e os fascistas. Ele acredita que a tarefa histórica do proletariado é criar uma sociedade regulada e define a 'tendência do Estado a desaparecer' como o pleno desenvolvimento da capacidade da sociedade civil para regular-se a si própria.
Historicismo
Gramsci, a exemplo de Marx quando moço, enfaticamente defendia o historicismo. A partir desta perspectiva, todo significado se deriva da relação entre a atividade prática (ou 'práxis') e os processos sociais e históricos 'objetivos' dos quais formamos parte. As ideias não podem ser entendidas fora do contexto histórico e social, à parte de sua função e origem. Os conceitos com os quais organizamos nosso conhecimento do mundo não derivam primordialmente de nossa relação com as coisas, mas das relações sociais entre os usuários destes conceitos. Logo, não há algo como que uma 'natureza humana' que não muda, mas uma mera ideia desta que muda historicamente. Ademais, a filosofia e a ciência não 'refletem' uma realidade independente do homem, mas são 'verdadeiras' à medida que expressam o processo de desenvolvimento real de uma situação histórica determinada. A maioria dos marxistas sustenta a opinião do senso comum de que a verdade é a verdade sem importar quando e onde se conheça, e que o conhecimento científico (que inclui o marxismo) se acumula historicamente como o progresso da verdade neste sentido quotidiano. Portanto, não pertenceria ao domínio ilusório da superestrutura. Para Gramsci, não obstante, o marxismo era 'verdadeiro' no sentido pragmático social, em que, ao articular a consciência de classe do proletariado, expressa a 'verdade' de sua época melhor que qualquer outra teoria. Tal posição anticientífica e antipositivista devia-se provavelmente à influência de Benedetto Croce. Ainda que Gramsci repudiasse esta possibilidade, sua descrição histórica da verdade foi criticada como uma forma de relativismo.
Crítica do economicismo
Num famoso artigo escrito antes de sua prisão, intitulado 'A Revolução contra O Capital ', Gramsci afirma que a revolução bolchevique representava uma revolução contra o livro clássico de Karl Marx, considerado o guia básico da socialdemocracia e do movimento operário antes de 1917. Ia contra várias premissas fazer uma revolução socialista em um país atrasado como a Rússia, que não reunia a condições econômicas e sociais que se consideravam indispensáveis para a transição ao socialismo. O princípio da primordialidade das relações de produção, dizia, era uma má interpretação do marxismo. Tanto as mudanças econômicas como as culturais são expressões de um 'processo histórico básico', e é difícil dizer qual esfera tem maior importância. Para Gramsci, a crença fatalista, comum entre o movimento operário em seus primeiros anos, de que triunfaria inevitavelmente devido a 'leis históricas', era o produto de circunstâncias de uma classe oprimida, restrita principalmente à ação defensiva, e seria abandonada como um obstáculo uma vez que a classe operária pudesse tomar a iniciativa. A 'filosofia da práxis' não pode confiar em 'leis históricas' invisíveis como os agentes da mudança social. A história define-se pela práxis humana e portanto inclui o alvedrio humano. Não obstante, o poder da vontade apenas não pode conseguir nada que se queira em uma situação determinada: quando a consciência da classe operária alcançar o nível de desenvolvimento necessário para a revolução, as circunstâncias históricas que se encontrarão serão tais que não se poderão alterar arbitrariamente. De qualquer modo, não se pode predeterminar, por inevitabilidade histórica, qual dentre os muitos possíveis desenvolvimentos tomará lugar.
Influências
Inobstante o facto do pensamento de Gramsci originar-se na esquerda organizada, ele é outrossim uma figura importante para as discussões nos estudos culturais e na teoria crítica. Ademais, seus conceitos também têm inspirado teóricos políticos tanto de centro como de direita, sendo a sua ideia de hegemonia muito citada. Atualmente, essa influência é muito sentida em ciência política, por exemplo, na abordagem do tema da prevalência do pensamento neoliberal entre as elites políticas: é o chamado neo-gramscianismo. Por fim, seu trabalho influenciou fortemente os estudos acadêmicos e o discurso dos intelectuais acerca da cultura popular, por nele se encontrarem elementos acerca da resistência política ou ideológica aos interesses dominantes.
Antonio Gramsci (Ales, 22 de janeiro de 1891 — Roma, 27 de abril de 1937) foi um filósofo marxista, jornalista, crítico literário e político italiano. Escreveu sobre teoria política, sociologia, antropologia e linguística. Foi membro-fundador e secretário-geral do Partido Comunista da Itália, e deputado pelo distrito do Vêneto, sendo preso pelo regime fascista de Benito Mussolini. Gramsci é reconhecido, principalmente, pela sua teoria da hegemonia cultural que descreve como o Estado usa, nas sociedades ocidentais, as instituições culturais para conservar o poder.
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