PRÁTICAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

Práticas de Leitura e Produção de Texto
Carga horária semanal: 3h / Carga horária total: 66h

Ementa
A disciplina visa proporcionar aos alunos uma visão geral do processo de comunicação e levá-los à compreensão que o exercício da prática da leitura está intimamente associado à capacidade de pensar e perceber a realidade. A disciplina trabalha a interpretação e a produção de textos verbais e não verbais como o gestual e postural, oferecendo aos alunos uma visão precisa das tipologias linguísticas e habilitando-os à leitura ativa, analítica e crítica de textos, bem como a elaboração de textos produzidos pelos mesmos. Estas linhas de ação permitem melhorar o nível vocabular dos alunos e prepará-los para o uso correto do vernáculo, levando em conta o contexto, de modo a habilitá-los ao emprego de várias manifestações linguísticas e gêneros textuais. Do ponto de vista eminentemente profissional, a disciplina busca conduzir o discente do curso Tecnólogo e Bacharel a refletir sobre a importância do conceito de Letramento na prática cotidiana e, portanto, sensibilizá-lo sobre a ideia da importância do estímulo ao domínio do texto na ação comunicativa empresarial.

Objetivos gerais:
Ler com proficiência textos de diferentes gêneros, assim como a de produzir textos que atinjam os objetivos visados.

Objetivos específicos
Ler com proficiência textos de diferentes gêneros, assim como a de produzir textos que atinjam os objetivos visados.
Ler e analisar textos acadêmicos, científicos e outros, tendo em vista o estabelecimento de relações textuais, contextuais e intertextuais.
Planejar e redigir textos, esquemas, resumos e resenhas críticas observando a clareza, coerência, objetividade e domínio das normas gramaticais exigidas pela língua padrão.
Reconhecer e corrigir, tanto em textos próprios como nos de outrem, os erros mais comuns do sistema ortográfico tais como: acentuação, sintaxe de concordância, regência e pontuação.
Compreender a interpelação entre o uso da Linguagem e a construção social.

Conteúdo programático
As diferentes linguagens;
Linguagem oral e linguagem escrita;
Conceito de texto. Texto e discurso;
Gêneros do discurso;
Estrutura do texto narrativo: narrador, personagens (figuração), ponto de vista e marcas da enunciação no enunciado;
Estrutura do texto dissertativo: tema (abstração), argumentos, persuasão e convencimento, público-alvo;
Estrutura do texto descritivo;
Estrutura de um relatório científico;
Variação lingüística e preconceito lingüístico;
Recursos argumentativos da linguagem;
Linguagem literária e científica;
Práticas de linguagem: compreensão e produção de textos diversificados.

Metodologia
Aulas participativas; atividades individuais e em grupo dentro e fora da sala de aula; resolução de exercícios; produção e reelaboração de textos; prática de dissertações, resumos e resenhas; leitura de textos para análise da estruturação textual e consistência na argumentação dos autores e debate ou mesa-redonda após leitura de textos.

Instrumentos e Critérios de Avaliação
A avaliação do aluno se dará através da composição de notas obtidas pela participação dos alunos nas aulas, realização de atividades individuais e/ou em grupos, participação e seminários.
Avaliação Continuada I e II (serão realizadas por meio da avaliação das atividades produzidas pelos alunos; das leituras realizadas e pela participação discente nas atividades propostas);
TIO (Trabalho Interdisciplinar Orientado). Pesquisa elaborada pelos alunos, em grupo, com orientação dos professores do semestre, para posterior avaliação escrita;
Prova Regimental (ocorrerá ao final do curso e buscará avaliar se os alunos adquiriram as competências e habilidades planejadas para o curso).
O cálculo da média final será obtido da seguinte forma:
[(AC1+AC2) x 0,2] + [TIO x 0,3] + [AR x 0,5]

Bibliografia Básica
CHIAPPINI, L. (coord. Geral) e GERALDI, J. W. (coord.). Aprender e ensinar com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2003.
MACHADO, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Editora Scipione,1994.

Bibliografia Complementar
SCHOPENHAUER,Arthur. A arte de escrever. Porto Alegre: L&PM. 2008.
CITELLI, A. Linguagem e persuasão. São Paulo: Ática, 2001.
FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2002.
FREIRE, P. A Importância do Ato de Ler. 37ª ed. São Paulo: Cortez, 1999.
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A Arte de Escrever
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Saiba como facilitar a compreensão de uma leitura difícil

Quer saber como é possível facilitar a compreensão de uma leitura difícil?

Mesmo para aqueles que lêem com frequência, algumas leituras podem ser mais complicadas e exigirem um esforço maior para compreendê-las por completo. Mas isso não precisa ser um problema. Sabendo os passos corretos que você deve seguir, será possível facilitar a leitura de qualquer tipo de conteúdo. Após a leitura da introdução, faça anotações sobre o que você percebeu ser importante no livro.
Leia também:

1. Leia a introdução e reflita
Muitos livros costumam ter uma introdução que aborda os pontos principais da leitura. Sendo assim, antes de se aprofundar no texto, leia esses trechos e reflita. Dessa maneira, você poderá entender de forma mais ampla o ponto de vista do autor e compreender o foco do livro.

2. Faça anotações
Após a leitura da introdução, faça anotações sobre o que você percebeu ser importante no livro e então comece a ler o material completo. Continue anotando ou marcando nas páginas tópicos que possam ajudar na compreensão do conteúdo.

3. Preste atenção em listas
Se durante a leitura você se deparar com um trecho que diz algo como "e há três aspectos que foram marcantes na situação", fique atento. Observe com cuidado quais são esses aspectos que serão citados, já que eles podem aparecer apenas depois de alguns parágrafos e ainda separadamente, não em um formato de lista específica.

4. Anote palavras que você não entende
Algumas vezes, parar a leitura devido a palavras cujo significado você não compreende pode prejudicar o entendimento geral. Por isso, anote quando houver um termo desconhecido por você e procure pela sua definição.

5. Releia suas anotações
Se mesmo após o final da leitura você ainda não sentir que compreendeu o conteúdo por completo, releia suas anotações e, a partir delas, faça uma análise.


Modismos linguísticos

Como em muitos aspectos da vida, a moda também existe na língua. E, como qualquer moda, depois de algum tempo fica “cafona” e, de tanto ser usada, perde a beleza e a expressividade.
Começamos hoje uma campanha contra os modismos que empobrecem o nosso vocabulário, que tornam nossa linguagem chata e sem graça.

1ª) “A situação do engenheiro já está resolvida a nível de empresa.” Só poderíamos começar pelo modismo campeão. Confesso que julgava o posudo “a nível de” morto e enterrado. Engano meu. Volta e meia ele reaparece, principalmente entre executivos que o utilizam com pose e ar de superioridade, como se estivessem usando alguma expressão que comprovaria o quanto estão atualizados e a sua enorme capacidade intelectual.

2ª) “Vamos estar resolvendo seu problema hoje à tarde”. Que o brasileiro gosta do gerúndio, todos nós sabemos, mas há visíveis exageros. Esse “gerundismo futuro”, provavelmente de influência inglesa, está chato: “vamos estar retornando”, “vamos estar enviando”, “vamos estar depositando”... Vamos simplificar: “retornaremos ou vamos retornar”, “enviaremos”, “depositaremos” e, graças a Deus, “resolveremos seu problema hoje à tarde”.

3ª) “O governo argentino pretende obter novo empréstimo junto ao FMI”; “Este problema só pode ser resolvido junto à gerência”; “O atacante foi contratado junto ao Benfica”. Na minha infância, “junto a” ficava ao lado. Ao que parece mudou. Seria tão mais simples “obter o empréstimo no FMI”, “resolver o problema com o gerente” e “contratar o atacante do Benfica”. Fora a chatice da repetição, ainda há o perigo da ambiguidade. Que você faria diante da placa “Identifique-se junto à portaria”? Você se dirigiria para a portaria ou para a porta que fica ao lado?

Vejamos mais alguns modismos que infestam nossos textos: “O acidente deixou o saldo de duas vítimas” (os dois coitados morrem e ainda viram “saldo”); “A polícia ainda contabiliza os mortos” (pelo visto contabilidade e morte andam juntas); “A inflação de maio sinaliza novo aumento dos juros”, “O governo ainda não sinalizou uma nova proposta” (a nossa política anda cheia de guardas de trânsito). Não seria mais simples “indicar ou apontar novo aumento dos juros” e “apresentar uma nova proposta”?

Para encerrar, três pérolas: “O problema ficou maior ainda com a desalavancagem das vendas”; “Este novo projeto deve impactar a nossa empresa”; “Amanhã vamos restartar os nossos trabalhos”. Sem comentários.


Uso do gerúndio

Devemos evitar o modismo de usar o gerúndio para indicar ações futuras: “Vou estar depositando o seu salário hoje à tarde”; “O Instituto vai estar realizando um seminário sobre Gestão pela Qualidade no próximo mês”; “Na próxima quarta-feira, ele vai estar fazendo três anos de empresa”.
São frases mal construídas. Não é caso para gerúndio (depositando, realizando, fazendo). A ação verbal está no futuro. Deveríamos dizer: “Vou depositar (ou depositarei)...”; “O Instituto vai realizar (ou realizará)...”; “...ele vai fazer (ou fará)...”


Alguns empregos do gerúndio devem ser evitados:

1ª) Quando as ações expressas pelos dois verbos – gerúndio e verbo principal – não puderem ser simultâneas: Chegou sentando-se. Ou Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, estudando com um amigo padre na infância.
2ª) Quando o gerúndio expressa qualidades e não comporta a ideia de contemporaneidade: Vi um jardim florescendo.
3ª) Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo principal: O assaltante fugiu, sendo detido duas horas depois. Seria melhor dizer: O assaltante fugiu e foi detido duas horas depois.
4ª) Quando o gerúndio, copiando construção francesa (galicismo), passa a ter valor puramente adjetivo: Viu uma caixa contendo...A construção mais adequada seria: Viu uma caixa que continha...”

O uso do gerúndio será tão mais impróprio quanto mais se aproxime da função adjetiva, ou da expressão de qualidades ou estados, ou quanto maior a distância entre o tempo da ação expressa por ele e o tempo da ação do verbo principal.


É interessante lembrar que o pior uso do gerúndio é aquele que gera ambiguidade:

“A mãe encontrou o filho chorando.”
(Quem estava chorando? A mãe ou o filho?)

“Ônibus atropela criança subindo a calçada.”
(O ônibus subiu a calçada e atropelou a criança ou o ônibus atropelou a criança no momento em que ela subia a calçada?)

O bom uso do gerúndio:

Gerúndio modal: Chegou cantando.
Gerúndio temporal. Indica contemporaneidade entre a ação expressa pelo verbo principal e o gerúndio: Vi João passeando.
Gerúndio durativo: Ficou escrevendo sua redação.
Gerúndio cuja ação é imediatamente anterior à do verbo principal: Levantando o peso, deixou-o cair sobre o pé.
Gerúndio condicional: Tendo sido publicada a lei, obedeça-se!
Gerúndio causal: Conhecendo sua maneira de agir, não acreditei no que me disseram.
Gerúndio concessivo: Mesmo nevando muito, iria à festa.
Gerúndio explicativo: Vendo que o leme não funcionava, o comandante chamou o mecânico.

Como regra geral, pode-se dizer que o gerúndio está bem empregado quando:
a)    há predominância do caráter verbal ou adverbial;
b)    o caráter durativo da ação está claro;

c)    a ação expressa é coexistente ou imediatamente anterior à ação do verbo principal.
Conjunção

TER DOMÍNIO DO USO DA CONJUNÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA SE ESCREVER E LER COM FLUÊNCIA, SEJA A LÍNGUA PORTUGUESA OU QUALQUER OUTRO IDIOMA.

São exemplos de conjunções:
portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora, que, porém, todavia, quer,contudo, seja, conforme.

É uma das dez classes de palavras definidas pela gramática. As conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação.
Quando duas ou mais palavras exercem função de conjunção, dá-se-lhes o nome de locução conjuntiva. São exemplos de locuções conjuntivas:à medida que, apesar de, a fim de que.
As conjunções são classificadas de acordo a relação de dependência sintática dos termos que ligam. Se conectarem orações ou termos pertencentes a um mesmo nível sintático, são ditas conjunções coordenativas.
Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja, uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções subordinativas.
Apesar de ser uma classe de palavras com muitas classificações, são poucas as conjunções propriamente ditas existentes. A maioria delas é de locuções conjuntivas (mais de uma palavra com a função de conjunção) ou palavras de outras classes gramaticais que às vezes exercem a função de conjunção em um período.
As conjunções ditas "essenciais" (isto é, palavras que funcionam somente como conjunção) são as seguintes: e, nem, mas, porém, todavia,contudo, entretanto, ou, pois, porque, portanto, se, ora, apesar e como.

Classificação da Conjunção
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro.
Conectivos

Conexão
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido, conforme os ditames do autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação em Prosa Moderna).

Prioridade, relevância:
em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).

Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade):
então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

Semelhança, comparação, conformidade:
igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.

Condição, hipótese:
se, caso, eventualmente.

Adição, continuação:
além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só … mas também, não só… como também, não apenas … como também, não só … bem como, com, ou (quando não for excludente).

Dúvida:
talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.

Certeza, ênfase:
decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

Outros teóricos propõem classificações distintas como a que segue:

Afetividade: felizmente, ainda bem (que).

Afirmação: certamente, com certeza, indubitavelmente, de fato, por certo.

Conclusão: em suma, em síntese, em resumo.

Consequência: com efeito, assim, consequentemente.

Continuidade: além de, ainda por cima, bem como, outrossim, também.

Dúvida: talvez, provavelmente, quiçá.

Ênfase: até, até mesmo, no mínimo, no máximo, só.

Exclusão: apenas, exceto, menos, salvo, só, somente, senão

Explicação: a saber, isto é, por exemplo.

Inclusão: inclusive, também, mesmo, até.

Oposição: pelo contrário, ao contrário.

Prioridade: inicialmente, antes de tudo, acima de tudo, em primeiro lugar.

Restrição: apenas, só, somente, unicamente.

Retificação: aliás, isto é, ou seja.

Tempo: antes, depois, já, posteriormente.

Adição: e, nem, também, não só… mas também.

Alternância: ou…ou, quer…quer, seja…seja.

Causa: porque, já que, visto que, graças a, em virtude de, por (+ infinitivo).

Conclusão: logo, portanto, pois.

Condição: se, caso, desde que, a não ser que, a menos que.

Comparação: como, assim como.

Consequência: tão…que, tanto…que , de modo que, de sorte que, de forma que, de maneira que.

Explicação: pois, porque, porquanto.

Finalidade: para que, a fim de que, para (+ infinitivo)

Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, todavia, mesmo que, apesar de (+ infinitivo)

Proporção: à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos,

Tempo: quando, logo que, assim que, toda vez que, enquanto.

(Fonte: Roteiro de Redação – Lendo e ArgumentandoViana, Antonio Carlos. Ed. SCIPIONE )

Para entender melhor...


Conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas são conhecidas por:

Aditivas
Indicam uma relação de adição à frase: e, nem, mas também, como também, além de (disso, disto, aquilo), quanto (depois de tanto), bem como etc. Ex.: Comi e fiquei satisfeita. Todos aqui estão contentes e despreocupados.

Adversativas
Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito anteriormente. São elas: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não obstante, contudo, etc. Antes dos nexos adversativos a vírgula é obrigatória.
Ex: O carro bateu, mas ninguém se feriu.

Alternativas ou disjuntivas
Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos. São elas: ou... ou, ou,ora... ora, já... já, quer... quer, etc.
Ex.: Ou ela, ou eu.

Explicativas
Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao verbo).
Ex: Feche a porta, porque/que está chovendo.

Conclusivas
Indicam relação de conclusão. São elas: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então, por isso, por conseguinte, por isto, assim, etc.
Ex.: Ele bebeu bem mais do que poderia; logo, ficou embriagado.


Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a uma de nível sintático superior (oração principal). Uma vez que uma oração é um membro sintático de outra, esta oração pode exercer funções diversas, correspondendo um tipo específico de conjunção para cada uma delas. Um período formado por conjunções subordinadas que não contém as tais conjunções é chamado de: oração principal.

Integrantes
que, se.
Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito, objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são que e se.
Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se "se".
Afirmo que sou inteligente.
Não sei se existe ou se dói.
Espero que você não demore.
Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los por "isso", "isto" ou "aquilo".
Exemplos:
Afirmo que sou inteligente (afirmo isto.)
Não sei se existe ou se dói (não sei isto.)
Espero que você não demore (espero isto.)
As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que possuem.

Causal
porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, na medida em que.
Inicia uma oração subordinada denotadora de causa. Estabelece, na frase, uma relação de causa e conseqüência entre dois ou mais fatos mencionados.
Dona Luísa foi para lá pois estava doente.
Não fomos à festa porque tínhamos de estudar.
Como o calor estava forte, pusemo-nos a andar pelo passeio público.
Como o frio era grande, aproximou-se da lareira.

Comparativa
que, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança ou grau de superioridade), etc.
Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.
Indica comparação entre dois membros.
Era mais alta do que baixa.
Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.
O menino está tão confuso quanto o irmão.
O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura usada.

Concessiva
embora, muito embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que,em que, que,e, a despeito de, não obstante etc.
Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la.
Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.
É todo graça, embora as pernas não ajudem..

Condicional
se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.
Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal.
Seria mais poeta,a menos que fosse político.
Caso estivesse por perto, nada disso teria acontecido.

Conformativa
conforme, como, segundo, consoante etc.
Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal.
Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.
Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)

Consecutiva
que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que
Iniciam uma oração na qual se indica a consequência.
Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.
Falou tanto na reunião que ficou rouco
Tamanho o labor que sentiu sede
Era tal a vitória que transbordou lágrimas de emoção
As palavras são todas de tal modo ou tamanho

Final
para que, a fim de que, porque [para que], que
Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade,o objetivo da oração principal
Aqui vai o livro para que o leia.
Fiz-lhe sinal que se calasse.
Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.

Proporcional
à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos), quanto menos … (menos), quanto menos … (tanto menos), quanto menos … (mais), quanto menos … (tanto mais)
Iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal.
Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.
O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.

Temporal
quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, enquanto, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.
Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo
Custas a vir e, quando vens, não demora.
Implicou comigo assim que me viu;

Observações gerais
Uma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula (",") e muito raramente é sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases com as conjunções marcadas em negrito:
"Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado."
"Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal."
"Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal."
"Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa."
"João subiu e desceu a escada."
Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos.
Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma conjunção ou locução conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pela conjunção típica. Por exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for substituível pela conjunção típica "e".

Veja os exemplos:
Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.
Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és.
As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro elemento pode ficar subentendido.
As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição pelo tipo (conjunção típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração.
A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é o verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha a janela, porque faz frio."
O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta "O que…?", formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo:
Não sei se morre de amor (o que não sei? Se morre de amor.)

O uso da conjunção "pois" pode a ser classificada em:
•    explicativa, quando a conjunção estiver antes do verbo;
•    conclusiva, quando a conjunção estiver depois do verbo;
•    causal, quando a conjunção puder ser substituída por "uma vez que".
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Tipos de Discurso

O termo discurso é usado em teoria literária com o sentido de fala ou pensamento. Assim, o discurso de um personagem é o seu ato de falar ou pensar.
Nas narrativas de ficção é o recurso dramático por excelência. Portanto, seria inimaginável um conto, uma novela, um romance sem ele. No teatro, o diálogo (termo mais aplicável), assume papel tão relevante, que sem ele seria praticamente impossível à encenação da maioria das peças teatrais.
Do ponto de vista estrutural, o discurso se classifica em:
1 - Discurso Direto;
2 - Discurso Indireto;  (clique no link)
3 - Discurso Indireto livre;  (clique no link)
4 - Monólogo interior;  (clique no link)
5 - Solilóquio.  (clique no link)

Às vezes, o narrador pode servir-se de uma fusão dos discursos direto e indireto.

Discurso indireto livre: Esse tipo de citação exige muita atenção do leitor, porque a fala do personagem não é destacada pelas aspas, nem introduzida por verbo dicendi ou travessão. A fala surge de repente, no meio da narração, como se fossem palavras do narrador. Mas, na verdade, são as palavras do personagem, que surgem como atrevidas, sem avisar a ninguém.

Discurso indireto: Por meio do discurso indireto, a fala do personagem é filtrada pela do narrador (você, no caso). Não mais há a transcrição literal do que o personagem falou, mas a transcrição subordinada à fala de quem escreve o texto. No discurso indireto, utiliza-se, após o verbo dicendi, a oração subordinada (uma oração que depende da sua oração) introduzida, geralmente, pelas conjunções que e se, que podem estar elípticas (escondidas).

Discurso direto: Por meio do discurso direto, reproduzem-se literalmente as palavras do personagem. Esse tipo de citação é muito interessante, pois serve como uma espécie de comprovação figurativa (concreta) daquilo que acabou de ser exposto (ou que ainda vai ser) pelo narrador. É como se o personagem surgisse, por meio de suas palavras, aos olhos do leitor, comprovando os dados relatados imparcialmente pelo narrador. O recurso gráfico utilizado para atribuir a autoria da fala a outrem, que não o produtor do texto, são as aspas ou o travessão. O discurso direto pode ser transcrito:
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1 - O DISCURSO DIRETO

O Discurso será direto quando temos, em um texto narrativo, a reprodução direta (literal) da fala das personagens. Em outras palavras, o narrador não nos diz o que a personagem falou; ele interrompe sua narrativa para ceder a palavra à personagem para que ela mesma fale.
O discurso direto, geralmente, se caracteriza com o narrador explicando quem vai falar (a frase termina por dois pontos). Abre-se então um novo parágrafo para nele colocar um travessão, seguido da fala da personagem:

João Romão parou à entrada da oficina e gritou para um dos ferreiros:
— Ó Bruno! Não se esqueça do varal da lanterna do portão! (O Cortiço)
Observe, no exemplo acima, que o narrador interrompe a narrativa para introduzir (ceder), em novo parágrafo, as palavras (fala) do personagem. Temos, então, um discurso ou diálogo direto.
Normalmente o narrador introduz a fala das personagens por meio de verbos chamados dicendi, de elocução ou declarativos: dizer, afirmar, responder, declarar, perguntar, indagar, questionar, interrogar, seguido de dois-pontos:
Paulo, irritado comentou:
— Agora é o carro que não funciona.
Os verbos sentiendi: gemer, suspirar, lamentar, queixar-se, que expressam estado de espírito, reação psicológica, emoções, também podem introduzir as falas das personagens:
O Aluno queixou-se:
— Só poderei sair do meu quarto amanhã.
Os verbos dicendi e sentiendi não só podem abrir (preceder) o diálogo, como também encerrá-lo, ou intercalar-se, e podem ser pontuados de acordo com a sua posição. Veja:
O alfinete disse à agulha:
— Faze como eu, que não abro caminho para ninguém¹ (antes da fala separa-se por dois pontos).
Faze como eu, que não abro caminho para ninguém – (,) disse o alfinete à agulha (depois da fala separa-se por travessão ou vírgula).
Faze como eu - (,) disse o alfinete à agulha (,) – que não abro caminho para ninguém (no meio da fala separa-se por travessão ou vírgula)
Observação: Não havendo diálogo, a reprodução da fala da personagem pode ser feita por aspas, sem a necessidade do travessão inicial. Como mostra os dois últimos exemplos acima. A frase depois da fala e intercalada é iniciada por letra minúscula.
Os verbos dicendi, sentiendi, ou qualquer verbo que introduza ou apresente a fala da personagem, o travessão, os dois-pontos e as aspas são as marcas do discurso direto.


2. O DISCURSO INDIRETO
• O discurso ou diálogo indireto ocorre quando o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem. Em outras palavras, o narrador é que passa a ser o portador das falas e dos pensamentos das personagens. Por essa razão dizemos, dizemos que esse tipo de discurso ocorre de maneira indireta:

Quando lhe disseram que os sábios desprezam os bens desse mundo, ele perguntou lá do fundo da sala pelo rei Salomão.
Uma senhora interessando-se pela ave, indagou qual era o preço.
Se o discurso fosse direto, ficaria assim:
Quando lhe disseram que os sábios desprezam os bens desse mundo, ele perguntou lá do fundo da sala: — E o rei Salomão.
Uma senhora interessando-se pela ave, indagou:
— Qual é o preço?
• Observa-se, nos exemplos, que a fala das personagens (trechos grifados) foi reproduzida pelo narrador, na 3ª pessoa do singular (ele, ela). Sempre que isso ocorrer, ou seja, a fala da personagem ser reproduzida na 3ª pessoa do singular ou do plural, o discurso será indireto. Observa-se também, que a fala não vem precedida de travessão, nem está entre aspas, mas está inserida no discurso do narrador.
• Ainda nos trechos grifados, a fala é aberta com: ele perguntou...; (ela) indagou...; daí, dizer-se que no discurso indireto as falas abrem-se, geralmente, com o sujeito + o verbo de elocução ou dicendi (perguntou, indagou), seguido da fala da personagem, que completa o significado do verbo. Observe este outro exemplo:
 Carlota, que estava ao meu lado, observou que, afinal, eu não tinha motivo para deixar de atender ao pedido de Mère Blandine [...]. (Ciro dos Anjos).

Observação: Se você ainda não sabe o que é um verbo dicendi ou de elocução, clique neste link: O Discurso Direto.

3. O DISCURSO INDIRETO LIVRE
• O discurso indireto livre é um tipo de discurso misto, em que se associam as características do discurso direto e do indireto.
• Dos três tipos de discursos, esse é o mais complicado. O que ocorre, nesse caso, é que a fala interior da personagem (as emoções, as ideias, os sentimentos, as reflexões) insere-se na em meio à fala do narrador de forma sutil, causando certa confusão em relação a quem está se pronunciando (ele ou a personagem). Portanto, na maioria dos casos, desaparecem os verbos de elocução, travessão, dois pontos, enfim, os sinais de pontuação. Além disso, esse tipo de discurso é mais frequente com o foco narrativo na 3ª pessoa:
Como nas noites precedentes, uma fila de agricultores se formou na porta de uma padaria e o padeiro saiu a informar que não havia pão. Por quê? Onde estava o pão? O padeiro respondeu que não havia farinha. Onde então estava ela? Os agricultores invadiram a padaria invadiram a padaria e levaram o estoque de roscas e biscoitos, a manteiga e o chocolate. (Garcia de Paiva. Os agricultores arrancam paralelepípedos.)

• No fragmento apresentado o autor reproduz a conversa entre um grupo de agricultores e um padeiro. Nas duas falas do padeiro temos o discurso indireto (... o padeiro saiu a informar que não havia pão. / O padeiro respondeu que não havia farinha.). Quando o narrador reproduz a fala dos agricultores, o faz da mesma forma com o qual eles se expressaram; o que constitui uma característica do discurso direto. Neste caso, tanto o discurso indireto, quanto o direto, não utilizam a pontuação tradicional do discurso. Mas há o emprego do verbo de elocução ou discendi (informar e respondeu).
• Temos, assim, uma estrutura de diálogo, em que se misturam formas do discurso direto e do indireto, criando consequentemente um modo de escrita intermediária entre eles: o discurso indireto livre. Eis outro exemplo:

Sinhá Vitória desejava possuir uma cama igual à de seu Tomás da bolandeira. Doidice. Não dizia nada para não contrariá-la, mas sabia que era doidice. Cambembes podiam ter luxo? E estavam ali de passagem. Qualquer dia o patrão os botaria fora, e eles ganhariam o mundo, sem rumo, nem teriam meio de conduzir os cacarecos. (Graciliano Ramos. Vidas Secas.)

• Nesse fragmento, o narrador nos fala do que estava pensando o personagem Fabiano a respeito do sonho de sua mulher a Sinhá Vitória. Mas, como a narrativa não vem marcada pelo verbo de elocução, nem pelos dois pontos e travessão, a fala do narrador, em certos trechos, confunde-se com a de Fabiano. ®Sérgio.

As Inovações
Alguns autores modernos aboliram o emprego dos verbos dicendi (porque as falas são breves) em favor de um ritmo mais veloz da narrativa:
O pai bateu-lhe amistosamente no braço:
— Está bem, meu filho. Vai.
Na busca de maior expressividade, escritores modernos, como José Saramago, utilizam estruturas inovadoras e criativas para reproduzir os diálogos da narrativa. Em O Ano da Morte de Ricardo Reis, ele utiliza parágrafos de aproximadamente uma página, com textos ininterruptos e diálogos inseridos em meio à narração sem o recurso dos dois pontos, do travessão ou das aspas:
[...] pela expressão da cara não parece ser causado desgosto ter caído São Sebastian, Ela diz, Desculpe, senhor doutor, não tenho podido vir [...]. Não por isso, pensei que [...], Sentia-me cansada desta vida, [...]
Semelhante processo é utilizado pelo brasileiro Rubens Fonseca no conto A Matéria do Sonho. As histórias em quadrinhos também empregam, em balões, o discurso direto.
Para exemplificar a importância do discurso direto, recorro ao conceito de Celso Cunha, em A Nova Gramática do Português Contemporâneo:
“No plano expressivo, a força da narração em discurso direto provém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fazendo emergir da situação a personagem, tomando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desempenha a mera função de indicador das falas.” ®Sérgio.

1 -Fragmento de Um Apólogo, Machado de Assis. In, Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos, Editora Ática - São Paulo, 1984, p. 59.
Informações foram recolhidas e adaptadas ao texto de: Branca Granatic, Técnicas de Redação; e de Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa.
Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.
Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte sempre.

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 08/03/2007
Reeditado em 09/02/2011
Código do texto: T405072


Funções da Linguagem
Para que serve a linguagem?

Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz. Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que ela funciona? A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em seis funções ou finalidades básicas. Veja a seguir:

1) Função Referencial ou Denotativa
Palavra-chave: referente
Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere.
Exemplo: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial). 
             
2) Função Expressiva ou Emotiva
Palavra-chave: emissor
Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação.
Exemplos:
a) Ah, que coisa boa!
b) Tenho um pouco de medo...
c) Nós te amamos!

3) Função Apelativa ou Conativa
Palavra-chave: receptor
Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
Exemplos:
a) Você já tomou banho?
b) Mãe, vem cá!
c) Não perca esta promoção!

4) Função Poética
Palavra-chave: mensagem
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.
Exemplos:
a)  “... a lua era um desparrame de prata”. (Jorge Amado)
b) Em tempos de turbulência, voe com   fundos de renda fixa. (Texto publicitário)
c) Se eu não vejo
a mulher
que eu mais desejo
nada que eu veja
vale o que
eu não vejo
(Daniel Borges)

5) Função Fática 
Palavra-chave: canal
Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro, sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Exemplo: Alô? Está me ouvindo?

6) Função Metalinguística
Palavra-chave: código
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
Exemplo: Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. (Para dar a definição de frase, usamos uma frase.)

Observações:
- Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
- As funções para a linguagem foram bem caracterizadas em 1960, por um famoso linguista russo chamado Roman Jakobson, num célebre ensaio intitulado "Linguística e Poética".

Estereótipos e Arquétipos

Arquétipo, estereótipo e clichê (clique aqui)
Estereótipos e Arquetipos
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O Conto Popular
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Características:
  • tensão;
  • ritmo;
  • imprevisto;
  • unidade;
  • compactação;
  • concisão;
  • conflito;
  • início, meio e fim;
  • passado e futuro com menor significado;
  • "flashback" se necessário, mais curto possível.
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Gotlib - Teoria do Conto by Andressa Beatriz
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A Crônica



Características da crônica enquanto estilo literário:
  • Ligada à vida cotidiana;
  • Narrativa informal, familiar, intimista;
  • Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;
  • Sensibilidade no contato com a realidade;
  • Síntese;
  • Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e criatividade;
  • Dose de lirismo;
  • Natureza ensaística;
  • Leveza;
  • Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada;
  • Uso do humor;
  • Brevidade;
  • É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna.
Crônica Narrativa


A crônica é um texto curto que se concentra em só um fato, algo do cotidiano. Por exemplo, algo que você tenha visto na rua, algo que aconteceu no seu dia. Poucos personagens, só mesmo os envolvidos diretamente no fato que você vai contar.

Tem um tempo cronológico curto, isto é, tudo se passa rápido, em um dia, ou menos que isso.

Uma característica marcante na crônica é que ela apresenta uma estrutura livre. Por isso mesmo tende ao hibridismo de gênero. Segundo Bender e Laurito (em A crônica: história, teoria e prática, Editora Scipione), Cecília Meireles tem a tendência à poesia a ao misticismo; Drummond, às reflexões; Luis Fernando Veríssimo, Stanislaw Ponte Preta e Millôr Fernandes ao humor; Paulo Mendes Campos à prosa poética; Rachel de Queiroz, ao social e Clarice Lispector ao existencial, enquanto que Rubem Braga faz transcender o fato miúdo.

Conte alguma coisa que tenha acontecido com você ou com alguém que você conheça, fica bem mais fácil. Você pode também inventar, ou se basear em alguma notícia vista nos jornais.


As características abaixo foram citadas por vários autores que tentaram entender a crônica enquanto estilo literário:

  • Ligada à vida cotidiana; 
  • Narrativa informal, familiar, intimista; 
  • Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial; 
  • Sensibilidade no contato com a realidade; 
  • Síntese; 
  • Uso do fato como meio ou pretexto para o artista exercer seu estilo e criatividade; 
  • Dose de lirismo; 
  • Natureza ensaística; 
  • Leveza; 
  • Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; 
  • Uso do humor; 
  • Brevidade; 
  • É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna. 
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Para se fazer uma boa narração é muito importante saber:
  • O fato que será narrado (O quê?);
  • O tempo em que o fato vai está (Quando?);
  • O lugar onde vai ocorrer o fato (Onde?); 
  • Quais personagens vão fazer parte de história (Com quem?); 
  • Qual o motivo(por que) ocorreu tal situação (Por quê?); 
  • Como se deu o fato (Como?); 
  • E as conseqüências ( desfecho da história).

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Etapas para escrever sua crônica:

1. Escolha algum acontecimento atual que lhe chame a atenção. Você pode procurá-lo em meios como jornais, revistas e noticiários. Outra boa forma de encontrar um tema é andar, abrir a janela, conversar com as pessoas, ou seja, entrar em contato com a infinidade de coisas que acontecem ao seu redor. Tudo pode ser assunto para uma crônica.

É importante que o tema escolhido desperte o seu interesse, cause em você alguma sensação interessante: entusiasmo, horror, desânimo, indignação, felicidade... Isso pode ajudá-lo a escrever uma crônica com maior facilidade.



2. Muito bem. Agora que você já selecionou um acontecimento interessante, tente formular algumas opiniões sobre esse fato. Você pode fazer uma lista com essas idéias antes de começar a crônica propriamente dita. Frases como as que seguem abaixo podem ser um bom começo para você fazer a sua lista:

"Quando penso nesse fato, a primeira idéia que me vem à mente..."

"Na minha opinião esse fato é..."

"Se eu estivesse nessa situação, eu..."

"Ao saber desse fato eu me senti..."

"Sobre esse fato, as pessoas estão dizendo que..."

"A solução para isso..."

"Esse fato está relacionado com a minha realidade, pois..."

Como você deve ter notado, é muito importante que o seu ponto de vista, a sua forma de ver aquele fato fique evidente. Esse é um dos elementos que caracterizam a crônica: uma visão pessoal de um evento. 



3. Agora que você já formou opiniões sobre o acontecimento escolhido, é hora de escrever sua crônica. Seu ponto de partida pode ser o próprio fato, mas esse também pode ser mencionado ao longo do texto, como ocorre na crônica exemplificativa de Ricardo Semler.



Escreva! Pratique! E procure usar a criatividade para criar seu próprio estilo, pois é isso que faz de um escritor um bom cronista.
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O Tempo na Narrativa

O texto ficcional é, como um todo, um signo lingüístico complexo composto por dois elementos distintos: o significante que é o próprio texto físico, o conjunto de frase, parágrafos e capítulos; e o significado, o mundo ficcional formado na mente do leitor/ouvinte. O tempo na narrativa compreende uma duplicidade temporal, um tempo para cada aspecto do signo ficcional.

Ora, o tempo do significante é o tempo lingüístico acima mencionado, o tempo do discurso. Este tempo segue a sequência da leitura ou emissão verbal, colocando numa ordenação linear os elementos narrativos do texto (cenas, descrições, diálogos). Já o tempo do significado, o tempo da história é pluridimensional não só pela sua maleabilidade (uma vez que o tempo dá história pode ser acelerado, alongado, pausado) e pela sua não-linearidade (é possível antecipar o futuro e retornar ao passado utilizando a anacronia), mas também pela múltiplas dimensões temporais possíveis de existir dentro de uma mesma história (por exemplo, o tempo psicológico do personagem principal ao lado do físico do ambiente, ao lado ainda do tempo cronológico dos eventos ficcionais).

Benedito Nunes
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O que é Tempo?

Se você também não conseguiu responder esta pergunta, seja bem vindo a uma das mais antigas tradições humanas: a tentativa de conceituação do Tempo. O Tempo em si é um conceito de difícil apreensão. Desde a Antiguidade, vem-se tentado definir o Tempo; uma atividade eminentemente filosófica, ampla demais para ser abordada aqui (e agora).
Porém, o termo “tempo” abrange outros sentidos além da idéia conceitual de Tempo em si. Por hora, vamos escolher um significado prático para a palavra tempo, considerando-o como uma medida usada para determinar a sequência de eventos, intervalo entre eventos e a duração de eventos. Evento é qualquer acontecimento, ação ou processo: uma rotação da terra em torno do seu próprio eixo, o desenrolar de uma guerra, o ato de sentir o calor de um objeto, todos esses são exemplos de evento. E dependendo da natureza destes eventos podemos classificar o tempo em:

Tempo Físico – quando consideramos como referencial eventos da natureza. Para esta classificação de tempo leva-se em as relações de casualidade (causa e efeito) entre os eventos e mudanças objetivas, que independem de consciência do sujeito (ou observador), e quantificáveis através de grandezas constantes.

Tempo Psicológico – levando em conta a sucessão dos processos psicológicos, temos o tempo psicológico, cuja principal característica é a inadequação aos referencias objetivos. O tempo psicológico, diferente do tempo físico, é subjetivo, variando de indivíduo para indivíduo.

Tempo Cronológico – o referencial no tempo cronológico são eventos naturais cíclicos e de duração determinada, utilizados na regulação de eventos sociais. Anos, que são baseados no intervalo de translação do planeta Terra; Meses, referentes ao intervalo de translação da Lua em torno da Terra; Dias, intervalo de rotação da Terra sobre seu próprio eixo; Horas, Minutos e Segundo; que são subdivisões do Dia, são exemplos de Tempo Cronológico, também chamado de tempo socializado ou público.

Tempo Histórico – Representa o intervalo de duração de fatos históricos. Intervalos maiores representam o conjunto de eventos históricos ou um processo histórico (o Feudalismo Japonês, a formação da cidade de São Paulo, surgimento do capitalismo), enquanto intervalos menores representam acontecimentos singulares (uma guerra, um movimento político, migração populacional).

Tempo Linguístico – está ligado intrinsecamente ao discurso. No tempo lingüístico, o presente é o momento da fala, e este é seu eixo central. O passado e o futuro estão situados em pontos de vista para trás e para frente, respectivamente, a partir do referencial presente do discurso. A ordenação dos acontecimentos se dá então pelo meio da própria linguagem com a utilização de advérbios temporais como “agora”, amanhã ou “ontem”.

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Diferença entre anacrônico, diacrônico e sincrônico


Anacrônico
Que contém elementos estranhos ao contexto temporal no qual está inserido.
Um homem das cavernas pilotando um avião, um dinossauro nas ruas de São Paulo e um automóvel em meio a uma batalha medieval são exemplos de situações anacrônicas.
Que contém anacronismo.
Fora de moda.
Que não condiz com a cronologia.
Que destoa dos usos da época a que se atribui.

Diacrônico

dependente de evolução com o tempo.
diacronia (francês diachronie)
Caráter dos fenômenos ou fatos, especialmente linguísticos, estudados do ponto de vista da sua evolução no tempo. ≠ SINCRONIA.

Sincrônico
Que se passa ao mesmo tempo; que é da mesma época; síncrono. // Quadro sincrônico, quadro que representa, em várias colunas, os fatos acontecidos ao mesmo tempo em diferentes países 

sincronia (síncrono + -ia)
Qualidade do que é síncrono ou sincrônico.
Ocorrência ou realização em simultâneo. = SIMULTANEIDADE
[Lingüística] Conjunto dos fatos ou fenômenos, especialmente linguísticos, considerados num dado período. ≠ DIACRONIA.

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Elementos Literários - Poesia e Prosa

Poesia - Elementos Estruturais

  • Métrica
  • Pausa
  • Rima
  • Ritmo
Prosa - Elementos Estruturais
  • Cenário
  • Enredo
  • Foco Narrativo
  • Personagens
  • Tempo
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